Brasil, 2021, outubro, mais um membro da família Bolsonaro pego com a boca na botija. Dessa vez foi a primeira-dama, ainda que não tenha sido a primeira vez que seu nome é envolvido em negócios escusos né... Quem se lembra dos R$ 89 mil depositados em sua conta bancária por Queiroz?

A tramóia da vez foi o favorecimento de empresas, cujos donos são conhecidos íntimos de Michelle, na liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal a juros baixos. As informações foram primeiramente divulgadas pela revista Crusoé. Meritocracia? Inteligência? Só se for o QI, o famoso Quem Indica.

Em suma, o gabinete de Michelle fazia demandas por e-mail, diretamente à Caixa, para facilitar os empréstimos aos seus amigos. Michelle chegou a se reunir com Pedro Guimarães, presidente da Caixa, para tratar desses assuntos de forma mais reservada. Qualquer um, de boa fé, reconhece o absurdo que é a primeira-dama interceder pessoalmente a favor de seus amigos para conseguir empréstimos, de um banco público, que nem todos conseguem. Em meio à pandemia, então, quando milhares estão sofrendo os efeitos da crise econômica, é escandaloso.

Parece piada, mas é sério. A lista VIP reunia o florista de Michelle, a confeiteira que faz bolos e docinhos para as festas do Planalto, a cabelereira da primeira-dama e um promoter que organiza festinhas na capital. Estilistas também foram agraciados.

Os próprios sistemas de controle identificaram uma movimentação estranha e foram atrás. Foi aberto uma apuração interna e concluíram que a maioria das operações ocorria em uma agência de Taguatinga, município próximo de Brasília, onde a equipe de Pedro Guimarães despachava os pedidos de Michelle.

A auditoria interna encontrou facilmente o rastro que vinha diretamente do Palácio do Planalto, com mensagens como: “Cliente veio através de lista de empresas indicadas pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao presidente Pedro Guimarães”, dizia um documento.

Ou então

A confeiteira bolsonarista agraciada com o esquema de favor era, pasmem, negacionista, do tipo que pedia para liberar tudo de forma insegura em nome da economia. Mas o dinheiro na sua conta, aparentemente, entrou bem direitinho. Maria Amélia Campos é seu nome e recebeu R$ 518 mil de empréstimos da Caixa, apesar de ter negado…

Outra beneficiada foi Márcia Barros de Matos que conseguiu aprovar dois empréstimos que totalizam R$ 618 mil. Dona de uma loja de ótica em Brasília, essa enxergou rapidamente uma possibilidade de ganhar uma bufunfa fácil a partir de amizades. Ela é familiar de Mariana Barros, que é amiga da guria que fazia bolos, Maria Amélia.

Vejam que é praticamente uma quadrilha de amigos bolsonaristas pequeno burgueses se beneficiando das relações próximas com os Bolsonaros.

Parece uma novela ruim da Globo, mas é apenas o bolsonarismo fazendo o que a grande maioria dos partidos tradicionais de nosso país fazem há anos: esquemas de favorecimento e corrupção. É preciso tirar Bolsonaro e Mourão do poder, levando os militares junto, com a força da classe tabalhadora.