Foto: Werther Santana/Estadão
Esse primeiro trabalhador que entrevistamos fala sobre o nível de exploração dentro do canteiro, com acúmulo de função e a péssima qualidade da alimentação.
“A gente tá numa função e tem que ajudar em outra. Não tem plano de saúde. Se fica doente, a gente tem que correr atrás do SUS.”
Ele ainda fala sobre a necessidade de valorizar os trabalhadores.
“Para quem trabalha no túnel é muito perigoso. É uma obra grande. E por ser grande, os trabalhadores precisam ser mais valorizados, entendeu?”.
O segundo trabalhador que entrevistamos falou das reivindicações da categoria:
“A turma tá reivindicando melhorias no cartão alimentação; adicional de plano de saúde que alguns funcionários tem e não tem, alguns encarregados e supervisor tem, o restante não tem; a troca da cozinha, que é muito ruim; e adicional de periculosidade, que mexe com dinamite e detonação, e tem algumas pessoas que trabalham dentro do túnel e recebem, mas outras não. As dinamites ficam ali dentro do túnel inteiras, corre muito risco.”
Sobre os salários, o segundo trabalhador relatou:
“Queremos a melhoria no aumento do salário. Teve um reajuste de somente 3%. Muito baixo, a gente quer um valorzinho a mais.”
Quando perguntamos sobre os acidentes de trabalho, ele nos relatou que já chegou a ter acidentes e até óbito.
“Já teve acidentes, inclusive de morte, quem morreu foi um terceirizado.”
Sobre os trabalhadores terceirizados, nós perguntamos quais as relações de trabalho, as diferenças entre eles e os efetivos. Ele nos respondeu:
“Na questão contratual é de cada empresa. Não tem a ver com Acciona. Se trabalha um pedreiro na Acciona e outro na terceirizada, o salário é diferente. Uma das brigas do pessoal é essa, que todo mundo ganhe igual, pedreiro, carpinteiro, operador.”
O Esquerda Diário seguirá no canteiro de obras cobrindo a greve e mostrando aquilo que a grande mídia não mostra sobre as condições péssimas de trabalho que a empresa e o governo Tarcísio impõe a esses trabalhadores.
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