1) João Campos é herdeiro da atual gestão Geraldo Júlio – que também faz parte do grupo que está há 16 anos no governo estadual. Durante a gestão do PSB em Pernambuco e no Recife, vimos como a desigualdade aumentou, fazendo o Recife ser conhecido como a capital da desigualdade social. O déficit habitacional também aumentou, assim como a construção de moradias de luxo também aumentou, mostrando como seu governo é pra especulação imobiliária e não para os trabalhadores e a população pobre. Além disso, os problemas estruturais do Recife, como a ausência de saneamento, as enchentes e os deslizamentos seguiram. E Recife continua a ostentar o posto de capital com a maior trânsito do Brasil. A situação de calamidade da saúde ficou evidente nas altas cifras de Recife na pandemia.

Além, disso não faltaram ataques aos trabalhadores por parte do PSB. O governo Paulo Câmara foi um dos primeiros a aprovar a reforma da previdência estadual. O estado paga aos professores menos que o piso nacional do magistério e ainda realiza várias contratações temporárias precárias. Na saúde a condição não é melhor: há profissionais de enfermagem que ganham menos que o mínimo. Para melhorar, o governador Paulo Câmara ainda liberou recentemente a dupla função nos ônibus na região metropolitana.

No município a coisa também não vai bem. Foram inúmeras greves dos servidores municipais, denunciando seus baixos salários e péssimas condições de trabalho. E em ambos os casos, não hesitaram em reprimir os trabalhadores em greve.

2) A coligação de João Campos inclui partidos como MDB, PSD, Rede, PV, PROS, Avante, Republicanos, PP e Solidariedade. O MDB é um dos partidos mais corruptos desse regime, contando com algumas figuras conhecidas como Renan Calheiros, o ex presidente Michel temer e o agora preso Eduardo Cunha.

Já o PP é também outro igualmente corrupto e abriga figuras clássicas como Paulo Maluf. Também abriga a latifundiária Kátia Abreu, que agora assume o lugar de vice líder do governo Bolsonaro no lugar de Chico Rodrigues, encontrado com dinheiro na cueca.

O PROS é o mesmo partido do capitão Wagner, que é o candidato da extrema direita em Fortaleza, outra capital importante do Nordeste.

E o Republicanos é o partido que agora se encontra alguns dos filhos de Bolsonaro, como Flávio e Carlos.

Me diga com quem anda e te direi quem és. Pelo visto João Campos se encontra em mals lençóis nessa coligação...

3) O próprio PSB vem no curso à direita na política nacional. Após abrigar a candidatura da neoliberal financiada pelo Itaú Marina Silva (que assumiu a cabeça da chapa após morte de Eduardo Campos em 2014), o partido no segundo turno apoiou Aécio Neves. Em 2016, também apoiaram o golpe institucional.

Márcio França, agora candidato do partido à prefeitura de São Paulo, foi vice de ninguém menos que o tucano Geraldo Alckmin, apenas para citar um exemplo de alianças com a direita do PSB pelo país.

O próprio Paulo Câmara, junto com João Azevedo, governador da Paraíba também do PSB, assinaram uma carta junto a outros governadores do Nordeste pedindo à reforma da previdência. Inclusive, alguns deputados do PSB votaram a favor da reforma

4) Apesar de ser da oposição, a candidatura de João Campos não representa nenhum enfrentamento ao bolsonarismo. O candidato evita criticar o presidente abertamente e não dedicou nenhuma palavra a ele em sue plano de governo. Inclusive, disse que não teria dificuldade para dialogar com Bolsonaro caso eleito. Não é surpresa, vendo o histórico do PSB e vendo que o partido se alinho ao governo em 46% das votações

5) João Campos não possui nenhum plano para resolver as questões estruturais do Recife. Em seu plano de governo, as questões aparecem apenas de forma difusa e abstrata, tendo bastante ênfase a questão do “empreendedorismo”, ao melhor estilo neoliberal.
Assim como as atuais gestões do PSB, João Campos mostra que não irá resolver nenhuma das questões estruturais da cidade!