quem me difamou o sangue
quem me disse suja
quem me abusou
me tocou sem
eu deixar
me manchou a roupa
a alma
a vida
não sabe que meu sangue
não escorre só pelo ralo
não escorre só pelo chão
não escorre só pelas pernas
meu sangue escorre nas veias
nas veias minhas
nas veias das minhas irmãs
meu, o nosso sangue
escorre, truculento, pelas nossas veias
pra, num gesto vil, tentar estancar
o sangue que vocês nos tiram
todo dia
e ele não para
nem vai parar
que o nosso sangue é alimento
é combustível que se renova
é feito água no moinho
então não marca perto
que eu sangro sim, sangro pra mim
mas te profano com o meu sangue
se eu precisar.
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