O primeiro erro de nossa direção, no entanto, foi acreditar numa unidade com policiais. Investiram e forçaram a votação de uma paralisação de 3 dias. Fazendo o governo gargalhar na nossa cara. Chamaram de "greve de três dias". Ora, greve é greve, paralisação é paralisação, o que distingue um movimento do outro é que o primeiro é por tempo indeterminado, e o segundo não. Reis da manobra, burocratas profissionais! Tem mais medo de uma mobilização forte e verdadeira, do que os ataques do patrão! Ataques aliás, que não lhes atinge diretamente, senão apenas o setor de massa da categoria: a base. O resultado, foi assembléia sitiada e professores apanhando de quem? De policiais, cães de guarda do governo, na praça matriz.

Muito se ouviu de colegas nas salas de professores: "- vou me desfiliar do CPERS porque não sou massa de manobra!" Mas, que outro jeito de empreender a luta se não dentro do próprio sindicato? Muitos colegas não tiveram o discernimento de separar o que é sindicato do que é direção sindical. O sindicato é permanente, a direção não. E os possíveis erros dessa direção devem ser denunciados e combatidos dentro do sindicato.

Toda a evasão do sindicato, após a "greve de três dias" e o golpe na Pepsi, parece não ter preocupado tanto assim os dirigentes burocratas. Pode ser que não seja de todo consciente, mas, insistem em afirmar por ai que o pessoal ta meio apagado (...) que tentam e tentam mobilizar de todas as formas, mas, a culpa é da base que não quer lutar. O que podem fazer se a base não se mexe. Pelamôr! Que direção é essa que fica esperando espontaneísmo?

Diante da enorme crise de representatividade em que vivemos, urge que nos organizemos para exigir do sindicato assembleias de base em cada escola e medidas radicais de luta contra o parcelamento dos salários. Os núcleos dirigidos pela esquerda poderiam estar tomando a linha de frente para organizar a nossa luta. É preciso nos organizar e retomar o sindicato para os professores, para preparar uma grande luta capaz de derrotar o governo Sartori e acabar com o parcelamento.

Pensemos formas de organizar verdadeiramente a luta exigindo da direção central que saia o imobilismo e promova assembleias democráticas de base em cada escola de onde sejam eleitos delegados, levantando e ascendendo assim o debate sobre o que os governos, federal e estadual, preparam para o nosso futuro e o que podemos fazer para resistir a esses ataques. Esse é o papel de quem foi eleito para estar à frente do maior sindicato do RS. Precisamos retomar esse importante sindicato e livrá-lo da burocracia. Muitas pessoas só precisam saber que não estão sozinhas para colarem na luta e gritar em uníssono: FORA SARTORI! FORA TEMER! CONTRA PEC DO FIM DO MUNDO! CONTRA REFORMA DO ENSINO MEDIO! CHEGA DE PARCELAMENTO! CONTRA QUALQUER RETROCESSO TRABALHISTA! QUE OS RICOS PAGUEM PELA CRISE!!!

Colocamos o Esquerda Diário a disposição d@s professor@s e funcionari@s de escola para expressar sua indignação e darmos os primeiros passos necessários para reorganizar a nossa luta.