Simone Ishibashi abriu o debate desmistificando o senso comum propagado pela grande imprensa de que o conflito entre os palestinos e judeus teria como fundamentos tensões religiosas, elucidando como isso foi produto de uma política imperialista, em primeiro lugar da Grã-Bretanha e depois dos EUA. Para ilustrar citou diversos episódios anteriores à fundação do Estado de Israel pela ONU nos quais trabalhadores árabes e judeus atuaram juntos em greves e ações importantes. Também ressaltou que a proposta de dois estados é uma solução falaciosa, e que a luta de libertação nacional do povo palestino deve ligar-se à luta pela revolução socialista.

Soraya Misleh também destacou como a criação do Estado de Israel foi responsável pelo despojo do povo palestino, e que a partir de então estão condenados a viverem como refugiados, e que não raro são proibidos de visitarem sua terra natal. Também assinalou que a “burguesia palestina, formada com os Acordos de Oslo infelizmente se alia com o Estado de Israel”. No entanto, Soraya encerrou sua intervenção colocando que a saída posta hoje seria uma Palestina laica, democrática e não-racista.

Reginaldo Nasser localizou, dentre outros elementos de sua intervenção, a importância da luta palestina, e como no Oriente Médio em geral, e em Israel em particular, se concentra o eixo de algumas das mais importantes contradições internacionais. “No Oriente Médio é onde há a maior resistência à hegemonia norte-americana. Alemanha, Japão aderiram. Entre os jovens japoneses já não se sabe sobre Hiroshima e Nagasaki... O objetivo dos EUA é a hegemonia... Israel é um laboratório de controle, é quem tem a tecnologia de controle social utilizada também por nossos governos, em especial o de Alckmin.”

Assista a trechos da intervenção de Simone Ishibashi aqui.