O ataque a produtora Porta dos Fundos ocorreu no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada a véspera de Natal. O ato ocorreu após a exibição do especial de Natal feito pela produtora e exibido pela Netflix, onde Jesus é
representado como homossexual. O ataque teve autoria assumida por um Grupo Integralista que publicou na internet um vídeo e imagens de seus feitos. Eduardo Fauzi seria o motorista do carro que foi usado ação.

Nessa semana (1), Eduardo, que já responde a processos por ameaça, agressão contra mulher, lesão corporal e formação de quadrilha e extorsão, postou um vídeo no Youtube dentro de uma casa, chamando os integrantes do Porta dos fundos de “criminosos, marginais e bandidos”, no dia anterior Eduardo teria dito a amigos que estava e Florianópolis.

Eduardo embarcou no vôo com passagem de retorno ao Brasil dia 29 de janeiro, o Itamaraty informou que o pedido de extradição será solicitado pelo Ministério da Justiça, tendo em vista que Brasil e Rússia possuem um acordo de extradição vigente desde 2007.

O grupo integralista se solidarizou com Eduardo Fauzi com uma nota de repúdio contra a expulsão do mesmo da Accale (Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella), grupo de extrema direita ligado ao movimento neointegralista brasileiro por ter expulsado Fauzi do grupo após o seu envolvimento no atentado.

“Os heróis do justiçamento ao Porta dos Fundos devem ser reconhecidos, pois demonstraram coragem onde muitos se acovardaram, demonstraram força onde muitos se desfaleceram , demonstraram dignidade onde muitos a perderam por concordar com o Porta através do silêncio e omissão. Portanto quem está contra nossos Guerreiros está a favor do Porta dos Fundos, da corrupção, da imoralidade, da falta de respeito, da falência da Família, da morte espiritual e da Indiferença entre os irmãos Brasileiros. Logo é uma obrigação apoiar quem está do nosso lado.”

Em frente a esse ataque Bolsonaro e Moro se calaram, isso demonstra a sua política reacionária de conivência com ataques a direitos elementares como a liberdade de expressão, assim como a lei anticrimes, que na realidade aprofundam o racismo do judiciário e do Estado, assim como os ataque a educação e as universidade para colocar seu viés ideológico. Da mesma maneira, o silêncio de Crivella que vetou o Queermuseu, e Witzel que após o silêncio se pronunciou contra o atentado e afirmou que "repudia toda forma de violência ou intolerância", justamente o governo que vibra diante do assassinato de jovens negros da periferia, que fala que o objetivo de sua polícia deve ser mirar e "atirar na cabecinha", o governo que quebra a placa com nome de Marielle Franco.

É necessário que haja uma investigação independente deste ataque, que deve ser energicamente repudiado, assim como o combate à extrema direita que deve ser feito a partir da organização dos trabalhadores e da juventude desde seus locais de trabalho e estudo para enfrentar cada um dos ataques ideologicos e econômicos em curso, tomando como exemplo a luta dos franceses que lutam contra os ataques de Macron.