Servidores gaúchos continuam tendo dificuldades em acessar o 13° via empréstimo

Muitos servidores do Rio Grande do Sul não estão conseguindo fazer o empréstimo do 13° ainda neste final de ano. Ao longo do mês, os servidores do estado tiveram que enfrentar filas gigantescas para acessar o direito ao 13°, e agora muitos simplesmente não conseguem acessá-lo por conta de dívidas em outros bancos. Os trabalhadores da educação tendem a ser os mais afetados, com defasagem salarial de 21,85%, há 3 anos com o salário congelado, sem direito ao piso do magistério e ainda recebendo há 24 meses o salário parcelado ou atrasado.

Esse cenário foi o propulsor de uma greve de 94 dias dos trabalhadores da educação, em que o governo se esquivou o tempo todo e a direção do sindicato adotou uma estratégia de desgaste do Sartori para apostar nas eleições de 2018. A realidade que se desenha entre as traições das grandes centrais sindicais e da própria direção central do CPERS (PT/PCdoB) é desoladora.

Porém, sem essa luta dos educadores e educadoras, funcionários e funcionárias de escola de todo o Rio Grande do Sul, os servidores estariam em situação pior. O governo muito provavelmente teria parcelado o 13° em 24 meses sem piedade.

Apesar disso muitos grevistas sofreram assédio e ainda sofrem em suas escolas, enquanto muitos dos próprios assediadores retiram seus empréstimos e saem de férias como se essa mísera concessão não tivesse sido fruto da luta dos que ficarão recuperando dias de aula com os estudantes.

Precisamos de uma alternativa distinta a essas direções sindicais ligadas ao petismo. Assim como na Argentina os trabalhadores saíram aos milhares nas ruas contra a reforma da previdência de lá, em grande parte responsabilidade da Frente de Esquerda dos Trabalhadores (FIT), aqui precisamos de uma luta à altura. É preciso organizar cada local de trabalho e estudo para enfrentar o que está por vir no Brasil.