São 4 anos sem aumento ou mesmo reajuste salarial, não pagamento dos enquadramentos (adicional por formação), congelamento não oficial do plano de carreira (proposta recusada pela Alerj em 2017, mas que o governo efetivou com base na Lei de responsabilidade fiscal).Também cresceram os casos de assédio moral e retirada da autonomia pedagógica para pressionarem os professores a produzirem números elevados de aprovação de estudantes e aproveitamento escolar numa tentativa de melhorar, à força e de forma mentirosa, o índice do IDEB do estado do Rio de Janeiro. Além disso, trabalhadores terceirizados e acompanhantes de alunos de inclusão (a maioria mulheres negras), seguem com salários atrasados, acumulando funções extras e sendo jogadas de uma empresa para outra, como se não tivessem escolha e necessidades, tratadas quase como escravas.

Há também a extrema violência que cerca as escolas fazendo com que muitos estudantes sejam mortos pela polícia, como Marcos Vinícius, aluno da rede municipal do Rio, rede essa que se encontra em situação também precária e tentando se mobilizar, apesar da burocracia sindical, que tem forte peso do PT e do PSTU, seguirem impedindo a deflagração de uma forte greve contra Crivella.
Se não bastasse tudo isso, o Rio é um dos estados mais avançados na implantação da reforma do ensino médio e da BNCC, pois serviu de laboratório para isso através das PPP que geriram alguns modelos de escolas integrais como dupla escola e PROEMI, com empresas como a fundação Ayrton Senna, grupo Pão de açúcar e fundação Roberto Marinho.

Todos estes ataques acontecem em meio as eleições que vêm sendo manipuladas pelo STF, e com forte pressão da extrema direita, tanto pela figura de Bolsonaro e dos militares, como por parte dos setores reacionários que apoiam o projeto escola sem partido, que tenta impor uma mordaça aos professores. É preciso debater uma saída para a crise que enfrente todos esses ataques que passe pela tática de luta da classe trabalhadora, e o SEPE tem uma função fundamental nisso. É preciso que a direção do sindicato de voz a revolta de todas e todos que lutam pela educação pública, gratuita, laica e emancipadora.