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Mesmo para os professores da rede estadual de São Paulo, que já estão mais que acostumados com a cara de pau dessa burocracia petista que só tem construído derrotas para a categoria dos professores, vide a greve desse ano, onde bem diferente dos delírios de Bebel, foi derrotada, tendo findada depois de 92 dias com reajuste salarial de 0%, e nenhuma outra conquista.

As ocupações das escolas, uma das lutas mais importantes do período recente, ganhou opinião pública e impediu o fechamento de quase uma centena de escola e de centenas de períodos noturnos. Mas foi além, questionou o poder das direções das escolas. Mas ao contrário do que Bebel tenta demonstrar, essa luta se deu sem a APEOESP, e em muitos casos contra a APEOESP, que muitas vezes são até mesmo direções das escolas. A APEOESP tentou a todo custo usar essas ocupações para seus interesses, desgastar Alckmin e preservar o governo federal.

Os estudantes foram inequivocamente os protagonistas da luta e seus métodos mostram um caminho diametralmente oposto ao que pratica Bebel e a chapa 1 CUT e CTB, e infelizmente em maior ou menor grau também pela oposição. Por isso, o desespero e a tentativa de desqualificar o comando secundarista e seu protagonismo. Vejamos.

Todo o processo de ocupação se deu através de assembléias nas escolas e, a partir de um determinado momento, por reuniões de comandos, com representantes de boa parte das escolas ocupadas. Por sua vez durante a greve de 92 dias a base dos professores nunca pode se manifestar de forma democrática. A APEOESP com seus organismos totalmente burocratizados e afastados da luta, jamais organizou a categoria para valer. Conselhos Estaduais de Representantes -CER - onde a maioria era composta de aposentados e assembléias que são verdadeiros comícios onde só falam os figurões das correntes foi o que vimos durante os quase 100 dias de greve. Ou seja, nenhum espaço onde a base possa se expressar, organizar e decidir os rumos do movimento, tendo inclusive, em mais de uma ocasião tentado impedir professores grevistas de entrar nas reuniões, com uso de bate paus pagos . Esse método, onde a base se expressa, organiza e decide os rumos da luta, Bebel não pode aceitar e por isso que vem mais uma vez a tona atacar o comando de mobilização e os secundaristas e tenta reivindicar um protagonismo, que qualquer, que possua pó mínimo de honestidade sabe que não existiu.

Aos professores da rede estadual de São Paulo, fica a tarefa histórica de passar por cima de Bebel e da CUT/PT, mas também das correntes opositoras que se adaptam a uma lógica de aparato, com isso não ajudando a superar a burocracia da chapa 1. Na luta pela melhoria das condições de trabalho, pela efetivação dos terceirizados, e pela educação gratuita e de qualidade em todos os níveis, sem vestibular e com as escolas dirigidas pela comunidade escolar, está claro que os estudantes são muito mais protagonistas e aliados que Bebel e sua corrente.