De olho em manter suas safras recordes e seus lucros, o agronegócio, através de sua entidade com 240 mil membros, manifestou apoio à Bolsonaro, num momento que o governo atravessa uma forte crise política, com a exigência à Rodrigo Maia por parte do decano do STF, Celso de Mello, que se pronunciasse sobre os pedidos de impeachment e, hoje, com o pedido de demissão do ministro Sergio Moro, importante alicerce do governo sendo a cara da hipócrita luta contra a "corrupção".

Na nota, a Aprosoja além do apoio à Bolsonaro, pede ao congresso que deixe de lado “diferenças políticas” e faça reformas. Na prática, faz referência a crise entre o governo Bolsonaro com a Câmara, com Rodrigo Maia à frente, e também o STF e os governadores, e pede mais ataques e medidas do governo potencializar os lucros dos latifundiários do agronegócio.

A questão é que a pandemia intensificou uma crise econômica já em curso no país anteriormente, fazendo com que os setores do agronegócio se alinhassem mais e mais a política de abertura da quarentena de Bolsonaro.

O agronegócio foi base dessa política, mantendo funcionamento durantes os meses de pandemia, atestado pelo recorde da exportação de soja nesse período, colocando milhares de trabalhadores do campo na linha de frente da política de abertura da quarentena, como “bucha de canhão”, sem EPIs, sem testes, gananciosos, de olho nos lucros, sem se preocupar com as vidas desses trabalhadores.