Em setembro, entre os negros, o desemprego atingiu uma taxa de 17%. Enquanto que os trabalhadores brancos que enfrentam a crise econômica a desocupação alcança 11,5%. Em maio, as porcentagens eram de 12% entre negros e 9,2% entre brancos. De uma diferença de 2,8 pontos percentuais em maio, no mês seguinte a distância alcançou os 5,5 pontos.

Desemprego e gênero: Com 17% de desemprego, mulheres são as que mais pagam pela crise

O racismo intrínseco do sistema capitalista que nega o emprego de forma ainda mais brutal aos negros também é visto com as taxas à respeito de ocupações reconhecidamente precárias pela sua baixa remuneração, ausência de direitos, e instabilidade.

Os dados da pesquisa disponibilizados na sexta-feira passada (17), expõe taxas como a de que 66% dos trabalhadores domésticos são negros (em sua maioria mulheres); 68% dos ambulantes também pertencem a este recorte racial; na agropecuária e construção civíl, 55% são os que trabalham por conta própria.

Este recorte racial nas ocupações mal remuneradas e precárias é também reflexo da diferença salarial de 55%. A média salarial de trabalhadores brancos é de R$ 2.757, enquanto que para negros de R$ 1.531.

Os dados da Pnad Covid19 confirmam o caráter racista do sistema capitalista, que durante a história sempre busca fazer com que a classe trabalhadora, em especial seus setores mais explorados e oprimidos, paguem a conta dos prejuízos e da anarquia criada pela própria classe dominante e seu Estado.

São os patrões, que ao estilo da proprietária da Nubak, que afirmou que não queria “nivelar por baixo” sugerindo que essa seria a consequência ao contratar negros. São capitalistas como ela que lucram com o racismo, seja deixando aos negros as ocupações menos valorizadas, os menores salários, ou por outro lado a moradia tabém precária e a constante perseguição e repressão policial.