Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Lei de Cotas foi uma conquista da luta dos estudantes em 2012, com a implementação da lei nas universidades federais. A luta pioneira desse direito democrático elementar contra o racismo estrutural no Brasil foi dos estudantes da UERJ, onde o primeiro vestibular com cotas raciais foi em 2003.

Hoje, Bolsonaro e a extrema-direita querem atacar o direito às cotas, com Kim Kataguiri propondo um PL que retira o direito às cotas nas federais, e Fernando Holiday propondo PL que retira o direito às cotas no serviço público em SP.

Érica Thuanny, coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS) da UFRN e militante da Faísca Revolucionária, diz: "Eles atacam nossos direitos como parte do conjunto de ataques aos estudantes e à classe trabalhadora, como o aprofundamento da reforma trabalhista, como a reforma da previdência e os cortes bilionários na educação, que atingem os setores mais precários, como as trabalhadoras terceirizadas, maioria de mulheres negras e os estudantes que precisam de permanência na universidade, assim como os jovens que são colocados nos postos mais precários de trabalho. Para defender as cotas, contra a extrema-direita, enfrentar o bolsonarismo, é preciso unificar estudantes e trabalhadores, e colocar na ordem do dia que as cotas sejam proporcionais à população negra de cada estado, assim como a batalha pelo filtro social e racial do vestibular e do ENEM, sem confiar na conciliação de Lula e PT, que se alia com Alckmin, e as Reitorias. A reitoria da UFRN diz que é uma crise os cortes e realmente é, mas não pensa duas vezes em descarregar eles nas nossas costas, precarizando a estrutura da universidade, não pagando nossos auxílios, deixando apenas dois trabalhadores terceirizados por período em cada setor de aulas. A perspectiva dos estudantes tem que ser estar ombro a ombro com cada trabalhador, efetivo e terceirizado. E, para isso, é necessário exigir que a UNE, a CUT e a CTB, organizem e unifiquem estudantes e trabalhadores".

É urgente defender esse direito que foi conquistado pela luta do movimento estudantil e movimento negro. É preciso rechaçar e luta contra o MBL, Bolsonaro, a extrema-direita e o Congresso, assim como todos os projetos do regime golpista precarizam a educação e as condições de vida no Brasil.