(Imagem do Portal G1)

Professores da rede estadual de Pernambuco e de cinco municípios (incluindo Recife e Olinda) decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia neste 15M, realizada no Recife. A decisão integra a série de paralisações contra a reforma da Previdência do golpista Temer. Os professores fizeram uma caminhada pela região central do Recife junto a outras categorias, também contra a proposta do governo federal.

De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizadoras do protesto pelas ruas do Recife, cerca de 40 mil pessoas participaram do ato.

A assembleia contou com a participação de professores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), Sindicato dos Professores do Estado de Pernambuco (Sinpro), Sindicato dos Professores do Recife (Simpere), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jabotão dos Guararapes (Sinproja), Sindicato dos professores do Cabo de Santo Agostinho (SINPC), Sindicato dos Professores em Educação do Moreno (Sinpremo) e Sindicato de Professores da Rede Municipal de Olinda (Sinpmol).

Segundo o Sintepe, a greve das categorias tem começo imediato. "Esse ato mostra a preocupação da categoria com essa reforma. Mais uma vez o trabalhador vai tem que pagar a conta do governo", acredita o presidente do Sintepe, Fernando Melo.

Esta decisão por parte dos sindicatos, majoritariamente dirigidos pela CUT, mostra a força da raiva das bases contra a reforma da previdência. A classe trabalhadora mostrou muito mais disposição do que o discurso das direções oficiais apontam. As direções sindicais, como a CUT e a CTB, demoraram meses para convocar uma paralisação nacional e seguiriam assim não fosse a enorme energia e vontade de lutar de maneira unificada por parte dos trabalhadores.

Como exemplo, basta ver que a mesma CUT, que também dirige o sindicato dos professores estaduais de SP (a APEOESP, o maior da América Latina), está boicotando o início da greve paulista neste 15M, adiando qualquer votação para o dia 28 de março.

As direções sindicais oficiais não estão à altura desta grande vontade dos trabalhadores de enfrentar as reformas de maneira unificada. Sequer coordenam regionalmente as mobilizações (os professores estaduais da Paraíba também iniciaram greve neste 15M), quem dirá com outras categorias, única forma de derrotar as reformas do governo golpista.

Apesar da falta de preparação promovida pelas centrais sindicais, o 15M já amedrontou os governos, inclusive Temer, que teve de criar um mundo imaginário discursando como se a população apoiasse a reforma previdenciária, quando ela estava aplaudindo os grevistas contra Temer.

Em Pernambuco, na Paraiba, no Rio Grande do Norte, em poucos dias a greve dos professores pode se tornar massiva, e para isso temos que ter comandos eleitos pela base, organização democrática por escola envolvendo a população. Assim podemos organizar a derrota das reformas neoliberais do governo golpista.

Os professores podem se tornar verdadeiros tribunos do povo desse sentimento generalizado de repúdio e resistência da classe trabalhadora, lutando pela sua unificação e exigindo das centrais que coloquem todo o seu aparato material a serviço de um plano de luta sério, que massifique e una as greves em curso para junto com outras categorias construir uma greve geral.