Segundo as investigações a fraude durou pelo menos uma década e foi classificada pelas autoridades japonesas como um “caso muito sério” de discriminação.

O esquema foi descoberto após uma denuncia de propina que foi realizada por um ex-funcionário do alto escalão do Ministério da Educação japonês, Futoshi Sano, para que seu filho tivesse a nota do exame inflada e pudesse ingressar na instituição. Em troca a universidade teria preferência em um programa de subsidio do governo.

Segundo a investigação, diversos candidatos tiveram suas notas no exame infladas “injustamente”, em um dos casos chegando até 49 pontos. A conclusão foi que os exames foram manipulados para reduzir o número de mulheres admitidas pois os diretores da universidade acreditavam que as mulheres futuras médicas estariam mais propensas a abandonar a profissão para cuidar dos filhos.

O esquema se dava aumentando artificialmente as notas dos candidatos homens, incluindo aqueles que falharam uma ou duas vezes, enquanto a nota de todas as mulheres e homens que falharam três ou mais vezes não recebiam o mesmo tratamento. Os investigadores não souberam estimar quantas mulheres foram afetadas ao longo da década em que o esquema funcionou.

Os representantes da universidade se desculparam e pediram ao publico que considerassem as medidas que estão sendo tomadas e que podem incluir compensações financeiras, no entanto informaram que desconheciam a fraude.

Este é apenas a comprovação de mais um caso onde se expressa o machismo, onde as mulheres estão nos postos de trabalho mais precários, ganham menos salário do que os homens enfrentam a dupla ou às vezes triplas jornadas de trabalho cuidando das famílias, entre dezenas de coisas que podem ser citadas e que expressam a opressão machista da qual o sistema capitalista se apropria para dividir a classe trabalhadora.

Sigamos o exemplo das mulheres argentinas que hoje estão nas ruas lutando pelo direito ao aborto, pelo direito de decidir sobre seu próprio corpo e pela sua vida, e que esta luta possa avançar para acabar com o machismo e com o capitalismo.