Essa medida significa para os petroleiros um grande ataque. Apesar da empresa dizer que não vai demitir diretamente, e sim que vai realocá-los em outras unidades e funções, assim como implementar o Plano de Demissão Voluntária (PDV), sabemos que não se pode confiar, pois o recente exemplo do fechamento da FAFEN existe para lembrar que a Petrobrás não mede esforços para demitir e reestruturar a empresa de acordo com seu plano privatista.

A justificativa da Petrobrás pelas medidas que vem tomando de redução de salários de vários trabalhadores e com a realocação em unidades, é que a situação da pandemia de coronavírus aprofundou a crise internacional, o que é verdade, e com isso impôs uma queda do preço internacional do petróleo. A desculpa dada pela empresa é uma completa falácia, como mostramos nesse artigo, o break-even da empresa é em 22 dólares, ela ainda consegue 7 dólares de lucro por barril atualmente. Sua medida é para aumentar lucros dos acionistas privados que compõem a vasta maioria do capital social da empresa. Escancara a falácia da medida que a empresa esteja colocando riquezas nacionais para enferrujar em alto-mar, coloca terceirizados na rua e ameaça milhares de trabalhadores próprios tudo com a desculpa de cortar custos, mas aumentou em milhões de reais os rendimentos dos funcionários políticos do Bolsonarismo na Diretoria da Empresa.

Enquanto o alto escalão da empresa segue com seus altos salários e privilégios e Castelo Branco, assim como Bolsonaro, Guedes e companhia também se aproveitam dessa crise sanitária e econômica pra articular o cenário para num futuro próximo dar continuidade ao projeto privatista de toda a Petrobrás vendendo nossos recursos ao imperialismo.

Enquanto cai essa “bomba” da empresa para suspender as atividades de plataformas pelo país, milhares de petroleiros próprios e terceirizados seguem sem acesso ao teste do coronavírus e vários trabalhadores terceirizados seguem expostos ao vírus e há confirmações de dezenas de contaminados em algumas plataformas. Hoje mais do que nunca, é preciso que FUP e FNP organizem uma campanha ativa por testes para todos petroleiros próprios e terceirizados em cada unidade e uma forte campanha contra as demissões dos petroleiros próprios e terceirizados.

É com a moral dos petroleiros que fizeram a primeira greve nacional no governo Bolsonaro que devemos exigir que nossas direções sindicais organizem a resistência para que não percamos nossos empregos e possamos impulsionar comitês de defesa e saneamento com membros eleitos democraticamente por unidades para decidirmos o funcionamento em cada unidade e liberar todos e todas trabalhadoras que fazem parte dos grupos de risco. E para que se avance no debate e organização para lutar pela reestatização das unidades que já foram vendidas, por uma Petrobrás 100% estatal e que possamos reconverter e controlar a produção para atender a população e o povo trabalhador para enfrentar a crise sanitária e garantir os empregos.