A IV Conferência Internacional Marxista Feminista acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de novembro, de forma online e sua organização está a cargo de grupos feministas e referentes do movimento de mulheres de Bilbao, País Basco.

A Conferência Internacional Marxista Feminista surgiu da iniciativa da socióloga e filósofa feminista marxista alemã Frigga Haug e da seção feminista do Instituto de Teoria Crítica de Berlim.

Nesta edição, destaca-se a participação de Silvia Federici, Nancy Fraser, Christine Delphy, Tithi Bhattacharya, Jules Falquet e a própria Frigga Haug, entre outros.

A luta pelo pão e pelas rosas

Entre vários debates e os mais variados temas, o grupo internacional de mulheres Pão e Rosas estará presente com militantes de quatro países, realizando a mesa "A luta pelo pão e pelas rosas - Debate de estratégias em um mundo em crise".

A discussão será por conta de Cyntia Luz Burgueño e Josefina L. Martinez, ambas do Estado Espanhol, Alejandra Decap do Chile, Andrea D´Atri da Argentina e Diana Assunção, fundadora do Pão e Rosas Brasil e dirigente do MRT.

A mesa acontecerá no dia 13/11, ao meio-dia no horário de Brasília e também da Argentina, Chile e Uruguai. Às 11:00 horas na Venezuela e Bolívia; 10:00 horas no Peru; 9:00 horas no México e Costa Rica e às 16:00 horas no Estado Espanhol, e poderá ser acompanhada através da rede internacional do Esquerda Diário.

Breve histórico das Conferências MarxFem

A primeira conferência foi realizada em Berlim (Alemanha) em 2015, seguida de uma segunda conferência em Viena em 2016, com uma presença internacional crescente, e uma terceira em Lund (Suécia) em 2018, onde o Pão e Rosas participou com Celeste Murillo do Pan y Rosas Argentina.

Esta quarta conferência, que seria realizada em 2020, teve que ser suspensa devido à pandemia e, finalmente, a sede de Bilbao decidiu realizá-la este ano na modalidade virtual, para facilitar a participação de feministas de diferentes cidades do mundo.

Sua impulsionadora Frigga Haug, nascida em 1937, é uma socióloga e filósofa marxista alemã, cujas principais áreas de pesquisa são a socialização do trabalho do cuidado e o método de trabalho da memória coletiva nas Ciências Sociais.

A partir de sua atividade política desde os anos 60, Haug desenvolveu a ideia de que a visão unidimensional das mulheres como vítimas de uma sociedade capitalista patriarcal não representa adequadamente sua realidade. Ela se recusa a aceitar a definição da mulher como passiva, dependente e incapaz de resistir, pois considera que essa objetivação dificulta a visualização da mulher como sujeito e as possibilidades de mudança.

Frigga publicou numerosos artigos e livros sobre estes temas, bem como sobre a política da mulher e Rosa Luxemburgo. Além disso, Frigga participa da revista acadêmica Das Argument, desde 1965, na qual lançou e coordena uma coleção renomada de romances policiais escritos por mulheres. Foi também ela quem gentilmente recomendou à editora Argument a publicação do livro Pão e Rosas - identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo, de Andrea D’Atri, fundadora do Pão e Rosas, traduzido para o alemão, Brot und Rosen. Geschlecht und Klasse im Kapitalismus.