O partido, que ocupa a liderança do governo no Senado, não foi informado da intenção de Temer de procrastinar o processo. "Se optaram por enviar após a eleição, paciência. Eu preferia discutir esse assunto o mais rápido possível", disse o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, após se reunir em São Paulo com o governador Geraldo Alckmin, que endossou a cobrança. "Para já ir amadurecendo e ganhando corpo eu acho que deveria mandar o quanto antes. Se deixar para o final do ano corre o risco de não votar em 2016", completou o governador.

Aécio esteve em São Paulo para um encontro com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes e outro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para tratar da relação do governo com o partido.

Com a visita, o tucano cumpriu um ritual de consulta que, dessa vez, avaliza um recado ao governo: ou Temer assume o ajuste fiscal, ou o PSDB desembarca da base aliada. "O governo deve ter suas razões (para o adiamento), mas não pode sinalizar para a perda da prioridade do ajuste fiscal", afirmou Aécio em conversa com jornalistas no Palácio dos Bandeirantes. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do governo no Senado, foi na mesma linha e também pediu pressa.

A base aliada de Temer pressiona para adiar o envio da proposta de reforma da Previdência para depois das eleições para não prejudicar os candidatos aliados.
Dentro do próprio PMDB o adiamento foi contestado. Eunício Oliveira (PMDB-CE),líder do PMDB no Senado, afirmou "Se o governo já tiver o esboço para discutir com o Congresso e com a sociedade, está na hora. Não tem que esperar eleição. Tem que ser feito logo, as claras. O Brasil não aguenta mais subterfúgios".

Em reunião com Geddel Vieira Lima ministro da Secretaria de Governo, Temer já sinalizou que vai apresentar a reforma da previdência antes das eleições de outubro.