Nesta quinta-feira 06 de Agosto a Câmara dos Deputados aprovou uma nova CPI encarregada de averiguar as atividades do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que na última década financiou com somas multimilionárias empresas envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras.

Os parlamentares suspeitam que as operações de crédito do BNDES com as companhias atingidas pelos escândalos na Petrobras podem ter sido consequência da mesma rede de corrupção e tráfico de influência que operou na empresa.

Segundo os dados que foram apresentados no dia de hoje na comissão, entre os anos 2003 e 2014, quando as irregularidades aumentaram na Petrobras, o BNDES outorgou créditos no valor de R$ 2,4 bilhões a nove das empresas envolvidas no esquema de corrupção. O BNDES foi utilizado para favorecer às maiores empresas, as "campeãs" da economia brasileira. Empresas do tamanho da Friboi, JBS, ODEBRECHT que é a principal acionista da BRASKEM (A Petrobras é acionista minoritaria com 40% das ações) e que já está comprometida nas investigações nos casos de corrupção.

De acordo com seus balanços, o BNDES contava no final de 2014 com ativos no valor de US$ 877,3 bilhões e uma carteira de créditos de R$ 651,2 bilhões.

A criação da CPI foi proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, (PMDB), mas há 15 dias anunciou sua decisão pessoal de passar para a oposição.

A CPI tem 27 membros e terá um prazo de três meses para suas investigações, que vão representar um novo desafio preparado pela oposição ao governo de Dilma Rousseff.

As consequencias das possiveis investigações levantadas por essa CPI podem ter consequências impensadas. Se bem são feitas para atingir a Dilma e ao governo, a CPI pode chegar a envolver empresas poderosas. Por outro lado é muito possível que essa nova comissão siga o mesmo caminho que muitas outras CPI’s e acabe em "pizza".