Claudinei: Sou Claudinei, trabalho na empresa a 14 anos e meio, sou coordenador de time e fui pego aí infelizmente junto com os outros pais de família por esse presente de grego da empresa.

Pra nós foi uma surpresa muito grande porque na sexta-feira a gente trabalhou até as 15h05 em ritmo acelerado e no sábado por volta do meio dia eu recebi o telegrama.

Então, pra mim, foi uma surpresa geral porque 14 anos e meio de história numa fábrica não é 14 dias. A gente sempre fez de tudo pra alcançar os objetivos e a empresa sempre pregou que o maior bem dela é o funcionário e numa hora dessa gente vê que tá sendo o contrário.

Eu sou coordenador de time. Então é triste, a gente numa hora assim é pego de surpresa, sem nenhum telefonema por parte da liderança dando uma explicação. Eles mandaram mensagem via what’sapp mas nenhum deles soube explicar o motivo e qual o critério que foi adotado e muito menos o número exato de demissões que tá ocorrendo.

Eu tenho fé que a gente vai conseguir reverter isso aí porque não é eu que tô sendo penalizado, é a minha família. Porque, aliás, a gente é a renda da família. Então, uma vez que a gente perde o emprego a família inteira está perdendo. A família depende da gente. A gente é o pilar. Então é difícil, não é fácil, não. Na verdade a ficha ainda não caiu, tá começando a cair agora.

Trabalhador que não se identificou: A situação é a mesma, né, a gente tá junto na situação, recebeu o telegrama no sábado e acabou na condição. Até na sexta-feira trabalhamos até as 15h05 como o colega comentou, exaustivamente, participando de situações de trabalhar em extensões de horário pra poder ficar ao lado da empresa e fomos apunhalados pelas costas. Porque no momento da contratação a gente tava dentro da empresa e assinou isso lá dentro. Agora, no momento da demissão que ela acredita que conseguiu fazer e a gente vai tentar reverter, ela fez através de um telegrama, um simples pedaço de papel.

Então é difícil, complicado pra gente, pra família da gente, pro psicológico de toda a família, fica um pouco... um pouco não, bastante abalado. E é o que a gente tem a declarar até o momento. E vamos continuar a mobilização pra tentar reverter essa situação. Porque ela tem “n” situações antes de chegar nesse quadro que ela chegou, drástico. Ela poderia ter trocado o pessoal que estava de lay-off, trazer o pessoal que tava de lay-off pra fábrica e soltar esse grupo de lay-off como foi falado em assembleia. E ela não optou por isso, não optou por negociação e agiu drasticamente e covardemente demitindo aí. A gente não sabe nem a quantidade ainda de pais de família. É o que eu tenho a declarar.