“Não teve tiroteio nenhum, foram dois disparos que ele deu. Falou que foi tiroteio de todos os lados, é mentira! Mentira!”, disse o motorista.

O avô de Ágatha, Ailton Félix, também afirmou que não havia nenhum confronto ou tiroteio no Complexo do Alemão.

"Mais um na estatística. Vai chegar amanhã e morreu uma criança num confronto. Que confronto? A mãe dela passou lá e viu que não tinha confronto. Com quem? Porque não tinha ninguém, não tinha ninguém. Atirou por atirar na kombi lá. Atirou na kombi e matou a minha neta. Foi isso. Isso é confronto? A minha neta estava armada por acaso pra poder levar um tiro?", disse o avô.

Outros familiares e testemunhas já deram seus relatos, rebatendo a versão da Polícia Militar e do Governo do Estado do Rio de Janeiro que alegam que os policiais revidaram a supostos ataques que ocorriam no Alemão. As testemunhas que estavam próximas do local afirmam que a garota, que estava sentada dentro do veículo com seu avô, foi atingida por dois tiros disparados por militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que tentavam atirar em dois homens que passavam de moto pelo local.

"A kombi parou para deixar um passageiro que tinha compras na mala. Foram tirar as compras da kombi quando passou uma moto. Falaram que eram dois homens sem camisa. Não sei se mandaram parar enquanto passou e o policial atirou, só que pegou na kombi onde tava minha sobrinha", declarou Danilo Félix, tio de Ágatha.

No protesto que ocorreu na tarde deste domingo, os moradores do Alemão traziam a memória de outras crianças assassinadas pela PM, como Jenifer Gomes, de 11 anos, Kauan Peixoto, 12, Kauaã Rozário, 11, e Kauê dos Santos, 12, além de denunciarem a política racista e genocida do gov..., este que já afirmou que "a polícia vai mirar na cabecinha e... fogo" sequer fez um pronunciamento sobre o caso. “Vamos ver até quando esse governo vai acabar com as famílias, vai acabar com o futuro promissor das nossas crianças”, disse o avô de Ágatha.