Imagem: Marcos Corrêa/PR

Em nota divulgada pelo Ministério da Defesa nesta quarta-feira, 27, os escandalosos e polêmicos gastos de R$1,8 bilhão em compras de supermercado pelo governo Bolsonaro foram, em partes, justificados.

O Ministério da Defesa, chefiado pelo general Fernando Azevedo e Silva, justificou a compra de leite condensado e chicletes. Em relação ao primeiro produto, a justificativa dada é que o leite condensado tem “potencial energético” que ajuda na alimentação dos 370 mil homens e mulheres que compõem as Forças Armadas ao redor do país.

Acrescentou ainda que o contingente militar é “predominantemente jovem, o que pode aumentar as quantidades consumidas”, no objetivo de justificar as cerca de 6.500 latas de leite condensado que seriam consumidas por dia pelas Forças Armadas.

Para o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, essa quantidade é “algo bem razoável”, considerando que há um efetivo de 334 mil pessoas nas Forças Armadas.

A nota emitida pelo Ministério da Defesa justificou ainda que “O leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação por seu potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas".

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Para finalizar a nota da Defesa, há também a justificativa do gasto de R$2,2 milhões com chicletes. De acordo com a pasta, “o produto ajuda na higiene bucal das tropas, quando na impossibilidade de escovação apropriada, como também é utilizado para aliviar as variações de pressão durante a atividade aérea”.

A nota emitida nesta quarta-feira é oficial, ainda que pareça fazer piada com o leitor. No Brasil, um trabalhador que ganha um salário médio (R$2.308) teria que trabalhar 541 anos, sem gastar absolutamente nada, para conseguir acumular o valor que o governo Bolsonaro gastou com leite condensado, sem considerar os outros tantos gastos duvidosos, como os mais de 2 milhões de reais em chiclete, 13,4 milhões em barra de cereal, 16,5 milhões em batata frita embalada e seguem os gastos absurdos.

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Enquanto o governo aprova projetos de lei que reduzem salários da população, corta o auxílio emergencial, não investe em saúde em meio à pandemia e deixa Manaus sem oxigênio, mantém religiosamente o pagamento da fraudulenta dívida pública, corta investimento da educação, pesquisa e ciência, gastos escandalosos foram feitos em itens de alimentação nada justificáveis, demonstrando os irracionais privilégios da casta política.