A crise que afeta a indústria no país, e no setor automotivo em particular, tem sido a chantagem permanente das empresas. Combinado com os ajustes garantidos pelo governo Dilma e do PT, que tem permitido aprovar o PPE em diversas empresas como ocorreu recentemente na Volks e na Ford, a patronal tem ameaçado demitir para conseguir acordos a seu favor.

Na Scania de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a patronal conseguiu revisar acordo coletivo de há quase um ano atrás, que previa reajuste salarial de 12%, e aplicar novo acordo desfavorável aos trabalhadores com novo índice de apenas 5%. Com a inflação acumulada em 9,88%, significa diretamente perda salarial para os trabalhadores. O acordo só foi possível com o apoio do sindicato, ligado à CUT.

Alegando que em a empresa previa nova queda da produção em relativa a janeiro de 2016, a patronal disse que reduziria o quadro de funcionários de imediato e que para não demitir, teriam que aceitar a redução do índice de recomposição salarial. O acordo prevê estabilidade no emprego até agosto de 2016, mas a empresa já deixou claro que pode voltar a renegociar a pauta frente a nova piora na produção. No fundo não deu garantia de sua assinatura.

Em Sorocaba, os metalúrgicos, também dirigidos pela CUT, realizaram uma ato hoje iniciado no distrito industrial e que se encerrou no estacionamento da Prefeitura municipal próximo ao distrito. Os trabalhadores exigiam a fixação de índice de reajuste salarial da categoria que está com a data base vencida em 1 de setembro. Segundo o sindicato cerca de 6 mil metalúrgicos participaram da manifestação e após o término do ato, às 9h, voltaram para seus locais de trabalho.

As propostas das empresas também não cobrem a inflação acumulada e por isso o acordo ainda não foi encerrado.

Frente a tanta chantagem e ataques, vindos dos governos e das patronais, é preciso urgentemente unificar as lutas em curso nas montadoras e dos metalúrgicos em geral para evitar novas derrotas e barrar as demissões e ameaças. Historicamente os Sindicatos dos metalúrgicos de Campinas, Baixada santista, São José dos Campos e Limeira, compõe um bloco de oposição aos sindicatos dirigidos pela CUT no estado. É preciso que esse bloco unifique definitivamente suas companhas salariais e barre imediatamente os ataques como lay off (que já foi aprovado na GM de São José dos Campos) e PPE e chame os metalúrgicos das demais regiões (centralmente o ABC) para que rompam com a política de entrega da sua direção sindical (CUT) e barrem as reduções salariais e retirada de direitos.