No ano passado vimos o filho do vice-presidente da república, Antonio Hamilton Rossell Mourão, assumir em um primeiro momento o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil, cargo no qual passou a ganhar um salário de aproximadamente 36 mil reais, 3 vezes maior do que o seu salário anterior de aproximadamente 12 mil reais, depois vimos este gerente executivo de marketing e comunicação do BB, ganhando o mesmo salário de 36 mil.

No dia 29 de julho de 2019, Almir Garnier Júnior, advogado formado pela PUC do Rio tendo feito o exame da OAB em 2013, foi contratado pela Emgepron, empresa pública criada no final da ditadura em 1982, é vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha e tem por objetivos, entre outros, promover a indústria naval e gerenciar projetos que integram programas aprovado pelo Comando da Marinha.

Por haver pedidos feitos pela Lei de Acesso à Informação sobre a contratação do filho almirante, a empresa pública foi obrigada a prestar esclarecimento, mencionou que o advogado foi contratado porque tinha "formação e experiência profissional compatíveis com a área" de trabalho e "por não haver, no quadro funcional desta empresa, empregado público com os requisitos necessários”.

Vários ex integrantes de governos anteriores se pronunciaram desconfiados quanto a contratação do filho do secretário-geral do MD para o cargo, ainda mais sendo na área de compliance, setor responsável por acompanhar e fazer a empresa cumprir normas e procedimentos relativos à transparência e à ética a fim de corrigir comportamentos e se antecipar a problemas que afetem o funcionamento e a imagem da empresa.

Enquanto na reforma da previdência dos militares, votada no fim do ano passado, os praças saem prejudicados, os generais além de saírem fortalecidos e contando alguns com cargos importantes no governo Bolsonaro, os filhos destes oficiais de alta patente, ainda ganham cargos com salários de 5 dígitos em postos estratégicos, como o BB e a Emgepron, o BB por ser um banco do tamanho que é, e a Emgepron por executar um dos programas militares mais ambiciosos e caros em andamento no governo federal hoje, a construção de quatro corvetas da classe Tamandaré, a serem entregues de 2025 a 2028.

Os privilégios dos Generais e a corrupção dos militares não são de hoje, e tem a ver com sua relação com o Estado. Hoje já são quase 3000 militares da ativa ocupando cargos no governo, e se tornam repetidos os casos de nepotismo e favorecimento próprio, passando praticamente impunes.