Esse episódio, uma vez mais, faz cair por terra o discurso demagógico de Bolsonaro contra a velha política, como vimos no primeiro turno com o governo liberando bilhões a deputados, visando compra de votos para aprovação da reforma.

“Não acho que isso tenha sido fundamental nessa votação. Eu acho que o governo atender aos municípios com recursos na área de saúde, educação, isso é até fundamental na crise que nós vivemos", disse Maia. "Mas não acredito, pelos discursos que ouvi hoje em algumas comissões e no próprio plenário, que os deputados tenham voltado do recesso branco para votar por esse motivo.”

Maia tenta encobrir os acordos de bastidores e negociações envolvendo o repasse de verba, visando comprar os votos dos parlamentares em função da aprovação da reforma. Agora repete o que vimos na primeira votação da reforma da previdência na Câmara.

Não diferentemente do primeiro turno, onde em junho quando em dez dia 2,7 bilhões de reais foi liberado, a respeito o Pastor Marco Feliciano (PODE-SP), deputado federal da bancada da bíblia, declarou abertamente que a previdência é “pauta bomba” e que pra tirar direitos do povo é preciso uma “contrapartida” que faça os parlamentares votar a favor, em entrevista na Jovem Pan, na véspera da votação em segundo turno na Câmera a “contrapartida” dada pelo presidente Bolsonaro foi no valor de 3 bilhões de reais em “verbas extras” para parlamentares.

É nítido como “fundamental” foi a aprovação das emendas para que os deputados permanecessem em suas posições referente a primeira votação, pois calculando emendas aprovadas na véspera das votações da Reforma nos dois turnos totalizam R$ 5,7 bilhões liberados às pressas, esse é o valor que os parlamentares aceitam para deixar que as vidas da classe trabalhadora se resumam aos seus postos de trabalho.