No dia 23 de abril estava anunciada uma negociação da Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual paulista, com o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald para discutir as demandas defendidas pela greve, que já dura 42 dias.

Após duas horas de negociações, os representantes da Apeoesp confirmaram que o governo tucano de Alckmin não ofereceu nada aos professores. Usando os grandes meios de comunicação para afirmar que "acaba de pagar 1 bilhão de reais em bônus", e que estaria oferecendo "política salarial para os próximos quatro anos com data base em 1 de julho". Com isso tenta passar a ideia de que valoriza o professor, quando na verdade se trata de uma das categorias com o menor salário. O piso que o governo declara que o professor recebe, e que seria superior a R$2400,00 reais não é cumprido, e para que os professores o atinjam devem encarar jornadas de trabalho extenuantes. O bônus é uma maneira de dividir a categoria.

Como se não bastasse toda essa política de precarização do professor, frente à greve o governo tucano está na verdade negando-se a discutir seriamente qualquer demanda que os professores colocaram. Não apenas não ofereceu qualquer reajuste, como ainda negou-se a negociar o corte de ponto, ameaça que atenta contra o direito constitucional de greve.

Frente a isso, um setor de professores dentre as centenas que estavam hoje na frente da Secretaria da Educação, revoltados pela intransigência do governo tentaram ocupar o prédio. Agora a grande mídia busca se utilizar dessa ação para deslegitimar a luta dos professores, e mascarar os ataques do governo do estado de São Paulo contra a Educação.

Quando depois disso, os professores finalmente saíram em ato, foram impedidos de realizar o trajeto que haviam decidido pela tropa de choque. Um aparato policial ostensivo ameaçou os professores ao longo de todo o trajeto.

É preciso repudiar mais essa mostra de intransigência do governo Alckmin. E lutar para que nenhum professor que fez greve sofra descontos salariais. Na tarde de hoje, 24 de abril, haverá uma nova assembleia, que deve assumir essas demandas.