Este 9 de janeiro os sindicatos chamaram mobilizações em dezenas de cidades francesas onde confluem ferroviários, trabalhadores rodoviários e do metrô, coletes amarelos e estudantes.

7 das 8 refinarias de combustível se encontram paralisadas pelos grevistas e o governo já anunciou que utilizará seus aparatos aparatos repressivos antidistúrbios para desbloquear as instalações.

A França eclodiu em protestos há mais de dois após o anúncio do projeto de reforma jubilatória por parte do presidente Emmanuel Macron. O projeto prevê eliminar os 42 regimes de aposentadoria de 62 a 64 anos. Os franceses não apenas terão que trabalhar mais para receber menos mas também perderão conquistas históricas obtidas com anos de luta.

Esta manhã se presenciava um ambiente muito combativo na estação norte de Paris. Anasse Kazib, dirigente ferroviário e militante da CCR-Revolution Permanente (organização irmã do MRT na França), fazia uma agitação no 36º dia de greve indefinida do transporte. Os usuários respondiam com aplausos para demonstrar seu apoio aos grevistas, porque nesta luta está em jogo o futuro de todos.

Em Toulose,, informa diretamente um correspondente do Izquierda Diario. A greve segue firme, e em dez dias o governo tentará levar o projeto de lei à Assembleia Nacional.

Os trabalhadores da companhia nacional de trens e do transporte metropolitano (SNFC e RAF nas suas siglas em francês) mantêm as medidas de força, que já somam 36 dias consecutivos, a greve mais longa em várias décadas.

Além disso, dezenas de associações profissionais que veem sob risco seus regimes especiais de aposentadoria votaram a realização de medidas de força esta semana.

Porém Macron não dá o braço a torcer. A reforma foi uma de suas promessas fundamentais de campanha e ceder seria uma demonstração de enorme debilidade, além de uma desilusão para seu eleitorado. Sua estratégia de prolongar o conflito para desgastar o apoio popular às medidas de força não deu o resultado esperado, mas de todo modo as greves têm menos apoio que no início, como era esperado.

Se após dois meses de intensa luta os trabalhadores franceses não conseguiram derrotar os planos do governo, isto se deve principalmente às divisões impostas pelas suas direções sindicais, em particular a CFDT que veio dividindo as ações de luta. As combativas bases operárias e de trabalhadores estatais, e inclusive do setor privado, que vem sustentando uma greve histórica, tem que fortalecer suas organizações e avançar na coordenação. Isto permitiria impor às direções burocráticas a unidade de todo o movimento operário, única forma de por um freio ao avanço do capital sobre os direitos.