Ele destacou que 25% da atual dívida dos Estados foi contraída com bancos e não com a União, e está atrelada ao dólar. "A dívida nova é indexada ao câmbio e pode ser um problema para frente. Não temos receita em dólar", disse o secretário. Além dos gastos com serviço da dívida e também com aposentadoria, o secretário atribuiu a crise fiscal de Minas Gerais a outros fatores estruturais, que, em sua opinião, não podem ser solucionados sem que a Constituição seja alterada. Esse argumento é o que vem sendo usado pelo governo golpista de Michel Temer para implementar um novo ajuste fiscal em nome dos interesses dos ricos e grandes empresários nacionais e internacionais.

Como toda visão neoliberal que concede aos direitos sociais o ônus de aumentar os gastos dos empresários e não de ser o elementar que um população deve ter garantido, o secretário destacou despesas com o pagamento de salários nas áreas de educação e saúde como obstáculos a serem superados. Além de apontar o limite nos gastos públicos como negocia o governo golpista com os estados, visando impedir por exemplo a possibilidade de reajuste salarial, quando os golpistas em busca de acordos com governantes como Fernando Pimentel apontam para a mudança da constituição eles visam fazer alterações para retirar ainda mais direitos, como por exemplo a possibilidade de demissão de servidores, que hoje é inconstitucional, e o fim do reajuste salarial.

Para ganhar tempo, eles acabam atrasando o pagamento de salários, aposentadorias e fornecedores, o que vem sendo uma realidade cada vez mais constante entre os servidores públicos de Minas Gerais. A realidade de estados como o RJ, RS, PR, e MG é a de crise e falência, e a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe que a primeira conta paga dos recursos destes estados sejam o repasse da dívida à União para pagar o Superávit primário, ou seja, a Dívida Pública. O governo golpista de Michel Temer tenta descarregar a crise criada pelos capitalistas nas costas dos trabalhadores e da população e conta com a ajuda dos estados para isso, como acontece agora com o governo de Fernando Pimentel em Minas Gerais.

O Esquerda Diário conversou com Flavia Valle, candidata a vereadora do MRT pelo PSOL em Contagem, Minas Gerais, e sobre o tema a candidata declarou que “Uma das principais reclamações que ouvimos nas ruas na campanha é do atraso dos salários dos servidores. Todo mês é um mistério quando cairá na conta o salário dos professores, aposentados. São servidores de várias áreas que acumulam dívidas para o governo de Fernando Pimentel pagar em dia as dívidas da União com os bancos. Esse estado das coisas não pode seguir assim. Temos uma paralisação de professores chamada para semana que vem, nos dias 21 e 22, e esse pode ser um primeiro passo para unificar professores, bancários, trabalhadores dos correios contra os planos do governo golpista de Michel Temer que junto a Fernando Pimentel em Minas tentam por diferentes vias atacar nossos direitos.”