Foto: Agência Brasil

Em denúncia ao Esquerda Diário, professora precarizada da rede privada de Belo Horizonte relata pressão ao retorno às aulas presenciais gerada pelo pagamento de salários insuficientes durante o ensino remoto.

A professora conta que:

"É pesado você ver os trabalhadores seguindo no trabalho por falta de salário suficiente pra pagar as contas básicas, enquanto a escola permanece lucrando porque não teve nenhum tipo de desconto nas mensalidades, e segue economizando com as contas básicas da escola."

Ainda segundo ela, os professores do infantil tiveram formalmente suas jornadas de trabalhos reduzidas juntamente da redução de seus salários, enquanto na verdade, lhes foi demandado mais tempo para elaborar atividades online:

"A redução do tempo de aula das crianças também foi acompanhada pela redução da jornada de trabalho, e apesar dos desafios e do trabalho extra que precisa ser feito pra adequar as aulas online ninguém tá conseguindo pagar as contas com as reduções salariais. Sinto que na real estão com medo de voltar, mas não estão encontrando outra solução."

Tudo isso mostra que enquanto os lucros dos capitalistas não forem atacados, será a população a pagar com a vida com salários de fome, medo e insegurança. A saída para essa grave crise deve ser pelas nossas próprias mãos, com a força da nossa classe organizada e unificada.

O retorno presencial deve ser uma decisão da comunidade escolar, e não feito pelo Kalil que impõe o retorno sem nenhuma condição sanitária e sem garantir a vacinação dos trabalhadores, expostos a enormes riscos. Os trabalhadores da educação junto à comunidade escolar e aos trabalhadores da saúde são os realmente capazes de avaliar a real condição do retorno das aulas, e como e quando retornar.

Somente organizados podemos enfrentar essa crise sanitária e econômica fazendo com que sejam os capitalistas que paguem pela crise!