Jair Bolsonaro vem buscando consolidar seu governo em torno do objetivo central de seu programa: atacar brutalmente os trabalhadores. Já conta com Paulo Guedes, criado no berço do neoliberalismo, na Universidade de Washington, que guiou todo seu programa econômico durante a campanha, escondendo sabidamente os detalhes sórdidos das reformas e ajustes que buscam fazer.

Agora, Bolsonaro sonda ninguém mais que Joaquim Levy, o ex-ministro da Fazenda do Governo Dilma, escolhido a dedo para aplicar um plano de ataques e ajustes contra a classe trabalhadora. Durante o governo Dilma, defendeu um duro plano de ajustes, argumentando que "assim faria a economia crescer rapidamente". Seu objetivo central era controlar a crise capitalista fazendo com que os trabalhadores pagassem pela crise.

Desde o governo Dilma, os capitalistas já pressionavam o congresso para aprovar reformas que pudessem precarizar ainda mais e aumentar a exploração dos trabalhadores para manter os altos lucros. A incapacidade de Dilma de aprovar tais ataques, por pressão da base social de trabalhadores do PT, culminou então no golpe institucional de 2016, mecanismo judicial que possibilitou que Temer assumisse o papel de ajustador em nome dos interesses da burguesia.

A reforma trabalhista e a lei da terceirização irrestrita deram fôlego para os capitalistas, atacando os direitos históricos conseguidos através da luta dos trabalhadores, entretanto, ainda resta a aprovação da "mãe de todas as reformas": a reforma da previdência. Este é o carro-chefe do governo Bolsonaro, já declarado durante a sua campanha por seu vice e as medidas necessárias para aplicação desta brutal reforma já começou horas após o fim do segundo turno das eleições. Temer se colocou a disposição de Bolsonaro para tentar aprovar ainda este ano a reforma da previdência, e Rodrigo Maia (DEM) golpista de marca maior, não apenas votou em Bolsonaro como declarou que o "congresso teria que trabalhar imediatamente".

É ao lado dos golpistas e dos capitalistas que Bolsonaro está governo, sob a benção de Moro, que comandará o ministério da Justiça comandando o país através do autoritarismo judicial. A reforma trabalhista, aprovada em novembro de 2017, foi aplicada sem resistência uma vez que as burocracias sindicais da CUT e CTB permaneceram imóveis sem mobilizar os trabalhadores. É preciso que os trabalhadores retomem os sindicatos em suas mãos, construindo comitês em cada local de trabalho, colocando a força da classe trabalhadora nas ruas para barrar Bolsonaro e seu governo que será a continuidade violenta dos ataques de Temer.