Enquanto João Campos pagava de carnavalesco no palco do Ibura, um trabalhador terceirizado da prefeitura de Recife morreu em uma obra no bairro da Várzea. Seu nome é Edinaldo Miguel de Oliveira, de 50 anos. Mais uma vítima da precarização do trabalho.

Um buraco estava sendo cavado para a instalação de tubos. Edinaldo estava na vala aberta, quando um muro cedeu e caiu sobre ele. A areia da obra também caiu sobre a vítima, que ficou soterrada e faleceu.

Este é mais um exemplo da barbárie brasileira de acidente de trabalho que ceifa a vida de milhares todos os anos. As condições precárias de trabalho, a falta de EPIs e segurança, que leva aos acidentes de trabalho fatais, é ainda mais grave nas empresas terceirizadas, onde os salários são ainda mais baixos e quase não existem direitos trabalhistas.

João Campos (PSB), prefeito de Recife, é tão responsável por essa morte quanto a empresa terceirizada para a qual Edinaldo trabalhava. Em uma cidade de infraestrutura precária, que está sempre em obras intermináveis, as empreiteiras da construção civil lucram rios de dinheiro e a terceirização, para barateamento dos custos públicos, tem como preço, neste caso, a vida dos trabalhadores.

A prefeitura de Recife de João Campos e a empresa terceirizada precisam arcar integralmente com a responsabilidade desta morte. A terceirização que escraviza, humilha e divide a classe trabalhadora precisa ser combatida e abolida, integrando todos os trabalhadores terceirizados ao quadro de efetivo das empresas e do setor público, sem necessidade de concurso público.

O Esquerda Diário por meio dessa matéria repudia a precarização e a brutal exploração do trabalho pela via da terceirização e as condições que levaram à morte de mais este trabalhador, assim como oferece toda a solidariedade aos familiares e amigos de Edinaldo.