A deputada Joacine Moreira, do partido Livre, natural de Guiné-Bissau, propôs que o patrimônio de ex-colônias portuguesas voltassem aos seus países de origem. Portugal é repleto de museus e arquivos nacionais contendo artefatos, documentos e riquezas retiradas de inúmeros países que foram colônias no passado, como a própria Guiné-Bissau ou mesmo o Brasil. A proposta, portanto, restituiria riquezas roubadas no passado às suas comunidades de origem.

Numa atitude absurdamente racista, o deputado de direita, André Ventura, do partido Chega, reagiu propondo “que a própria deputada Joacine seja devolvida ao seu país de origem. Seria muito tranquilo para todos… Inclusivamente para o seu partido! Mas sobretudo para Portugal!” O partido de Joacine respondeu acusando as palavras de Ventura de “deploráveis e racistas”.

O racismo de Ventura expressa o nível de degeneração completa a que chega a direita e a extrema-direita em Portugal. Na Europa como um todo a direita avança em investidas racistas, xenófobas e preconceituosas, que visam atacar não apenas nativos de ex-colônias, como imigrantes em geral que buscam uma vida melhor na Europa. No caso de Ventura, trata-se de um caso recheado de carga escravocrata e colonialista.

Se é verdade que vemos uma direita gritando com mais força contra negros, imigrantes, LGBT’s e outros setores oprimidos na Europa, é verdade também que vemos setores da classe trabalhadora dando respostas contra os ricos e poderosos do continente. Na França, por exemplo, a greve geral que vem fazendo tremer o governo Macron conta com a presença de inúmeros imigrantes, ou trabalhadores cujas famílias são imigrantes, que se unem com o conjunto de seus colegas contra a reforma da previdência, mostrando que a classe trabalhadora não possui limites nacionais. É uma só e deve agregar os mais distintos setores em seu seio. Leia mais sobre a greve na França aqui.