Ele ordenou que o acampamento que está há 20 anos produzindo seja despejado em 7 dias e destruído. São 1200 hectares de lavoura de milho, feijão, mandioca e abóbora, 40 hectares de horta agroecológica.

Além deste prejuízo, centenas de casas, currais e quilômetros de cerca serão derrubados. Trata-se de uma ordem que vai acabar com o trabalho de duas décadas.

Segundo advogadas de defesas das famílias, a decisão é arbitrária e vai contra princípios constitucionais ao não reconhecer valores da dignidade humana. A audiência ocorreu de maneira bastante atípica. Houve restrição para a entrada da representação das famílias acampadas e impedimento de autoridades que se deslocaram para acompanhar a audiência de despejo.

Além disso, o juiz que conduziu o processo solicitou a presença da tropa de choque dentro da sala. Os representantes do latifúndio, junto com a prefeitura local sugeriram colocar as famílias em um ginásio. Como não bastasse todo esse absurdo, o Juiz não quis nem ler a sentença, apenas informou rapidamente a decisão, mostrando o caráter da justiça extremamente pró patronal que desalojou centenas de famílias.