A base operária obrigou suas direções sindicais a realizarem a convocação para a greve de forma unitária. Desde a manhã, na maioria das assembleias, votou-se pela continuidade da greve até a manhã de amanhã, quando se espera que o número de grevistas seja tão importante como a de hoje.

A aposta é que depois do fim de semana o movimento siga seu curso. O que determinará isso é como os trabalhadores em seus locais de trabalho tomarão o controle da greve, decidindo nas assembleias como irá seguir a luta, e se ela se estende a outros setores, permitirá que suas direções sindicais burocráticas não sejam as que decidam o futuro da mobilização, fazendo o governo retroceder do seu projeto de reforma da previdência.

Na juventude também há muitas expectativas. Em Lyon, houve uma importante participação de estudantes encabeçando a marcha. É a cidade em que há um mês atrás um jovem tentou o suicídio, causando uma grande comoção entre a juventude, que sofre muita precariedade, mas que hoje saem às ruas.

Em todas as principais cidades do país as manifestações foram massivas durante a manhã desta quinta (5), como em La Havre, Marselha, Montpellier e Bordeaux. É um movimento histórico. No entanto, há de se ver como o movimento se fortalece e se unifica com diferentes setores de trabalhadores para enfrentar o governo de Macron, sobretudo as suas reformas.

A raiva não é apenas pelo novo projeto de previdência, mas sim contra toda uma sociedade baseada na precariedade, como há um ano atrás denunciaram os coletes amarelos.

* Informe de Flora Carpentier, correspondente da Révolution Permanente, periódico da rede internacional Esquerda Diário.