Imagem: Sérgio Lima/ Poder360

Despesas obrigatórias do governo no Orçamento do próximo ano, como gastos com Previdência e Benefício de Prestação Continuada (BPC, destinado a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda), assim como despesas com pessoal, foram cortados pelo Congresso Nacional, com o objetivo de aumentar as emendas parlamentares por meio das emendas de relator, também conhecidas como "orçamento secreto", dando continuidade ao "toma-lá-dá-cá" no regime político brasileiro.

Os cortes foram apresentados pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), e chegam a R$ 16,5 bilhões, de acordo com dados da Instituição Fiscal Independente (IFI).

Em 2022, as emendas destinadas a todos os deputados e senadores chegam a R$ 10,9 bilhões.

Bolsonaro e Mourão, com o apoio do Congresso e do STF (que votou pela liberação do Orçamento Secreto), vão se utilizar dessas emendas para comprar o apoio dos parlamentares, como meio de levarem adiante os ataques mais nefastos contra a classe trabalhadora, ao mesmo tempo que esses parlamentares fazem de sua carreira política um meio de se tornarem mais ricos, o que como sabemos, lamentavelmente é uma prática comum da política brasileira, que é um balcão de negócios da burguesia.

Esses 16,5 bi de reais poderiam estar sendo usados à serviço da classe trabalhadora, que hoje amarga os mais de 14 milhões de desempregados, os 19 milhões na fome, o aumento da inflação, do preço dos alimentos, a precarização entre outras mazelas inerentes ao sistema capitalista. Enquanto vemos filas do osso e da carne, ou inclusive pessoas tendo que comer lagartos e carcaças no RN para sobreviverem, vemos os lucros dos bilionários brasileiros crescer 11,6%%, com 5 pessoas tendo a riqueza de metade da população brasileira. Isso escancara a irracionalidade capitalista e toda a sua barbaridade, ao mesmo tempo que coloca a necessidade de derrubarmos esse sistema.

Todo o regime político, fruto do golpe institucional de 2016, está mais interessado em garantir os lucros dos capitalistas com o andamento de maia reformas anti-operárias e ataques para descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora e dos oprimidos. Ao mesmo tempo, garantem que o Orçamento esteja majoritariamente destinado para o pagamento da dívida pública fraudulenta para o capital financeiro imperialista.

É fundamental que as centrais sindicais, como CUT e CTB dirigidas pelo PT e PCdoB, rompam com sua paralisia e organizem já a luta dos trabalhadores contra a fome, o desemprego e os ataques, sem esperar 2022, como quer Lula se aliando com o direitista golpista Alckmin para as eleições. Não podemos confiar em nenhuma instituição deste regime, apenas na força da classe trabalhadora aliada aos oprimidos em luta.