Esta segunda-feira abriu a semana marcada pelo impacto que poderia aumentar a escalada na disputa comercial entre a China e os Estados Unidos ocorrida na sexta-feira, quando os dois países redobraram as ameaças anunciando mais aumentos tarifários.

No entanto, enquanto a China baixou o preço do yuan para um valor de 7,17 por dólar (menor valor nos últimos onze anos), a fim de neutralizar o efeito das medidas anunciadas por Trump na sexta-feira, o presidente dos EUA deu uma guinada.
Desde a reunião do G7 em Biarritz (França), Donald Trump confirmou que a comunicação entre os representantes dos dois países foi retomada para iniciar uma nova rodada de negociações. O acordo que ambos os países podem alcançar "será magnífico para os EUA e será magnífico para o mundo".

"Eles nos chamaram e começaremos a negociar em breve, e veremos o que acontece", disse o polêmico Trump, tentando acalmar os "mercados" que afundaram na sexta-feira, impactados pela crescente disputa comercial. Trump também disse que Xi Jinping é "um grande líder" e ressaltou que "uma das razões pelas quais a China é um grande país e que entende como a vida funciona".

Em resposta às declarações de Trump, o vice-primeiro-ministro Liu He, que liderou as negociações com Washington, disse segunda-feira que a China estava disposta a resolver a disputa comercial por meio de negociações "tranquilas" e se opunha à escalada do conflito.

O impacto nos “mercados”

Na segunda-feira apontou uma recuperação em Wall Street. Os 11 setores do índice S & P 500 subiram depois da queda de sexta-feira.

"O sentimento de hoje é de conciliação, o presidente está tentando recuar", disse Art Hogan, diretor de estratégia de mercado da National Securities, em Nova York.
Diferente foi o destino dos “mercados” na América Latina que fecharam a maioria com perdas, devido à descrença dos investidores sobre o futuro das relações comerciais entre os Estados Unidos e a China.

"Em nossa opinião, é mais provável que as tensões comerciais aumentem do que sejam resolvidas", disse a equipe de economistas do BNP Paribas em uma nota aos clientes.

No meio de uma disputa comercial que parece não ter uma resolução próxima, e dos crescentes temores de uma recessão global acelerada pela guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o G7 se reuniu na França, sem pena nem glória.