Após dias com gritos de “Vidas negras importam” e “Sem justiça, sem paz” ao redor do mundo, os negros voltaram a ocupar o protagonismo da história, mostrando como estão dispostos a se rebelar contra esse sistema de opressão e exploração.

Desde o início da pandemia estamos vendo como a crise sanitária e econômica recai mais sobre os negros. São os que não tiveram direito à quarentena, obrigados a continuar trabalhando sem condições adequadas de prevenção. Os que ocupam os postos de trabalho mais precários como os entregadores de aplicativo, que mostraram sua fúria na última sexta-feira na Av. Paulista. Mulheres negras estão nos hospitais como trabalhadoras da saúde, ou através do trabalho terceirizado.

Os negros são os que mais morrem com a pandemia, e isso não é por nenhuma questão biológica. É por conta das piores condições de moradia, de trabalho, de prevenção ao vírus e de acesso a um sistema de saúde de qualidade. Em regiões dos Estados Unidos como Chicago, apesar da população negra ser de 30%, as mortes dos negros são 70%. Em Mississipi, os números escancaram o racismo do Estado: a população negra é 38% da população total, mas 71% dos mortos são negros.

Se ficam em casa, são assassinados pelas balas da polícia, como foi com o jovem João Pedro, no Rio de Janeiro. Se vão ao trabalho da mãe que é empregada doméstica, podem cair do 9º andar por descaso da patroa, como foi com Miguel. Se saem, podem ter o joelho de um policial supremacista branco pressionando seu pescoço por mais de 10min mesmo sob sussurros de “eu não consigo respirar”.

Mas os negros não aceitam calados: por todo o mundo, há dias está ecoando gritos de justiça por George Floyd, contra a violência policial e as desigualdades do sistema. Letícia Parks, no programa, retoma o questionamento de Rosa Luxemburgo para pensar os tempos atuais: socialismo ou barbárie?

Assim, resgatando grandes debates de revolucionários para emancipar a humanidade desse sistema de exploração e opressão, discute a ideia da revolução para superar o racismo e o capitalismo, lutando por uma saída que os negros possam ter uma outra vida, em liberdade.

No Brasil, os atos ocorrerão amanhã, 7, e é necessário levarmos essa luta à frente no país mais negro fora da África, lutando também pelo Fora Bolsonaro e Mourão, sem confiança nos governadores, no STF do golpe institucional, nem no judiciário que mantém 40% da população encarcerada sem julgamento (negros em maioria).

Acompanhe a cobertura das manifestações neste domingo com o Esquerda Diário

Assista:Por que eu vou nos atos de domingo?