Mesmo em um cenário onde a cidade acumula milhares de óbitos, já ultrapassando 5 mil mortes, Crivella anunciou seu plano de reabertura, que começou a valer hoje e que, segundo o prefeito, seria “lenta, gradual e com segurança”, com previsão de que sejam concluídas todas as seis fases da abertura até agosto e teria como centralidade a retomada das atividades econômicas da cidade.

O prefeito disse que a decisão da abertura aconteceu pois, de acordo com ele, não há mais filas em UTIs da rede pública municipal. Porém, no início de maio, chegou a somar mais de mil pessoas na fila de espera por leitos que foi resultado do atraso na entrega dos hospitais de campanha, que deveriam estar prontos até o dia 30 de abril, mas até agora nem todos foram entregues. E também não se sabe ao certo qual os números reais de contaminados e mortos pelo coronavírus, pois além de não ter testagem massiva, a prefeitura mudou o método de contagem para omitir os dados reais e fortalecer seu argumento para a reabertura.

Agora Crivella diz estar preocupado com os efeitos do afastamento social na população, mas não garantiu, assim como Bolsonaro e os governadores, condições básicas como testes para todos, nem EPIs, leitos e contrações imediatas na área da saúde. Crivella também, em meio a pandemia, deixou os servidores sem salários, não pagou os adicionais aos trabalhadores da saúde e atrasou os seus salários, garantiu abertura das igrejas em meio ao pico de contágio e fez acordos com empresários para reabertura do comércio, entre diversos outros casos.

O plano de reabertura do Crivella não diz nada sobre realização de testes, distribuição de equipamentos e entre outras medidas necessárias para a proteção da população. Os interesses do Crivella se escancaram com seu plano de reabertura que mostra como ele nunca esteve preocupado com os trabalhadores e os mais pobres, que assim como Witzel, que está dando apoio e ajudando a alinhar, seus interesses são garantir que os patrões sigam lucrando e que a classe trabalhadora pague com suas vidas a crise que se intensificou com a pandemia.

Para que não sejam os trabalhadores, com suas vidas, a pagarem pela crise gerada pela ganância capitalista, é preciso batalhar por testes massivos para a população, pela reconversão da indústria, estatização de todos os leitos e centralização do sistema de saúde de forma 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores. Para combater essa realidade, é essencial pensar uma saída independe e da classe trabalhadora, exigindo uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde a população decida os rumos do país, sem confiança nos setores da direita, como STF, Maia e os governadores, nem no negacionismo de Bolsonaro.