A região Centro-Oeste é o novo epicentro dos casos de coronavírus no país. No Mato Grosso, Cuiabá lidera o ranking do Estado com 6.231 casos e 325 mortes - 12 nas últimas 24 horas. A cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI e há pacientes na fila de espera. O governo estadual já informou que não há disponibilidade em outras cidades para receber esses pacientes em espera.

Enquanto isso, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou a entrega de meros 20 leitos de UTI nesta segunda, sendo que apenas cinco foram ativados mas já estão ocupados.

Pinheiro anunciou que iniciará esta semana a entrega do "kit covid" para pacientes com os primeiros sintomas da doença. O kit inclui medicamentos como a hidroxicloroquina, sem comprovação científica de ser eficaz contra a doença. Ecoando a postura anticientífica de Bolsonaro que ignora as evidências científicas.

Cuiabá, assim como o governo estadual, teve muito mais tempo para se planejar em relação a explosão dos casos de contágio. Entretanto, vemos que as medidas necessárias não foram tomadas nesse período.

Governadores dos diferentes estados vem fracassando no combate ao coronavírus. Sem nenhum plano consequente, oferecem soluções anticientíficas enquanto negligenciam as medidas necessárias, que são: abertura de novos leitos, centralização das vagas no sistema público, e a realização de testes massivos.

O colapso da saúde nos distintos estados, em momentos diferentes da pandemia, mostram a ineficácia da ação dos governadores para deter a crise. Os governadores que faziam oposição a Bolsonaro adotam as mesmas práticas defendidas por ele seja a cloroquina seja a ampla reabertura comercial.

Somente a intervenção da classe trabalhadora pode oferecer um saída a essa crise. Através de um programa de classe que passa pela reorientação de toda a economia para atender às demandas em torno do combate ao vírus, com a abertura de leitos, estatização de todas as vagas de UTI, conversão industrial para o fornecimento de insumos e EPIs.