Colapso na saúde em Manaus, corrupção nas vacinas, negacionismo exorbitante, ataques a povos indígenas, esses são apenas alguns exemplos da participação ativa dos militares nas barbaridades cometidas pelo governo Bolsonaro. Nos últimos anos a presença dos militares na política e no governo tem crescido quase na mesma proporção que o rechaço de grande parte da população ao conjunto da obra.

A pesquisa feita pelo PoderData, realizada entre 16 a 18 de agosto deste ano, entrevistou 2.500 pessoas de 433 municípios das 27 unidades da federação. Uma das perguntas era: “Sobre a participação de militares no governo e na política, você acha que…”, na qual 52% responderam “é ruim para o Brasil”, 32% responderam que “é bom”, 12% disseram não afetar o país e 4% não sabem.

Mais da metade, portanto, acredita que eles pioram a situação. A pesquisa pode ser vista aqui. Em julho de 2020, antes do “desfile” de Formoso, 35% dos entrevistados achavam que era “ruim”.

Outra pergunta mostrou que 29% da população acha que o trabalho das Forças Armadas é ruim ou péssimo, contra 34% regular e 30% ótimo ou bom. Se olharmos em perspectiva, a avaliação positiva das Forças Armadas foi derrubada de 41% em janeiro de 2021 para 30% em agosto.

Os altos índices de desemprego, as privatizações e reformas neoliberais, o desmonte dos serviços públicos, as quase 600 mil mortes por covid, todos esses são elementos que Bolsonaro compartilha a responsabilidade junto dos militares (e também do Congresso, STF e governadores) e que explica tamanha indignação.

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