No domingo passado a Polícia Federal e local dos governos de Enrique Peña Nieto e de Gabino Cué, reprimiram várias mobilizações de professores em comunidades do estado sulista de Oaxaca, como Salina Cruz, Huitzo e Nochixtlán. Nesta última, as forças repressivas atacaram os professores e a população com arma de fogo, como se pode comprovar em dezenas de vídeos e testemunhos, deixando até agora um saldo de 8 mortos e dezenas de feridos. O magistério mexicano organizado na Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) vem enfrentando desde 2013 uma Reforma Educativa que cerceia suas condições trabalhistas, precarizando o trabalho docente, liquidando a estabilidade do emprego e submetendo-os a avaliações punitivas que já implicaram na demissão de pelo menos 3000 professores. Vários dos dirigentes da Secção 22 da CNTE foram encarcerados.

Nesta segunda-feira Nicolás del Caño, o ex-candidato a presidente pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores [FIT] disse que “nossa indignação é profunda frente à brutal repressão que o magistério mexicano está sofrendo, em particular no Estado sulista de Oaxaca. Recebemos com tristeza a notícia de que 8 professores foram assassinados pela Polícia Federal”.

A respeito das mostras de solidariedade que estão florescendo nas redes sociais advertiu que “minha organização, o PTS, junto à nossa organização-irmã no México, o Movimento dos Trabalhadores Socialistas (MTS), está impulsionando uma grande campanha internacional de solidariedade com os professores. Nossos companheiros estão participando na Capital e em outras cidades das ações de solidariedade e desta grande campanha e estão convocando junto a dezenas de organizações políticas e de direitos humanos uma marcha massiva na capital do país nesta sexta-feira 24 de junho”.

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Em nosso país, disse que “aderimos à convocatória lançada pela Assembleia de Mexicanxs na Argentina que está convocando, nos marcos da ronda das Mães da Praça de Maio para repudiar a repressão contra os docentes e pais de família na quinta-feira 23 de junho, às 15:30, na Praça de Maio. Saudamos a iniciativa dos companheiros e fazemos um chamado à esquerda argentina, às organizações de Direitos Humanos, os sindicatos, as organizações de professores e ao movimento estudantil a mobilizarem-se, e a fazer uma grande campanha internacionalista pelo fim da repressão e pela liberdade dos presos políticos”.

Reproduzimos a seguir a convocação da Assembleia de Mexicanos na Argentina:
“Convocamos o digno povo que habita a Argentina para expressar seu repúdio e sua raiva pelas violações aos Direitos Humanos que o governo mexicano está cometendo sistematicamente contra os professores mexicanos da Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) e contra o povo que se solidarizou com a digna luta dos professorxs contra a reforma educativa.

Em Oaxaca já foram assassinadas 8 pessoas, entre professores, estudantes e pessoas das comunidades solidárias. Há uma quantidade indeterminada de pessoas feridas, detidas e desaparecidas.

Basta de Terrorismo de Estado no México!

A Argentina e a América Latina gritam “Nunca Mais!”

Marcharemos juntos com as Mães da Praça de Maio Linha Fundadora nesta quinta-feira 23 às 15:30, ao final tiraremos fotos e colheremos testemunhos de solidariedade para fazer chegar ao magistério mexicano”.

Tradução: Francisco Marques