A Assembléia no estacionamento da GM contou com a presença importante dos trabalhadores nos piquetes e de algumas categorias que estiveram presentes para se solidarizar aos companheiros metalúrgicos que batalham para que nenhuma família fique na rua.

A indignação dos trabalhadores com a empresa imperialista norteamericana era evidente, com o método covarde de enviar o anúncio de demissão por carta em plena véspera de dia dos pais. Desde o carro de som, os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos frisaram a importância de se entender a responsabilidade de Dilma na crise da indústria, e de se desmarcar tanto dos atos da direita do último dia 16, como dos atos do dia 20, claramente convocados para defender o governo Dilma que aplica os ajustes contra os trabalhadores.

Uma delegação dos trabalhadores em greve da Volkswagen que Taubaté, que lutam contra o congelamento dos salários e a demissão de 100 companheiros da fábrica, esteve presente para fazer uma saudação ao piquete na GM e demonstrar que a luta nas automotrizes tem de ser unificada.

Os trabalhadores da refinaria Revap de São José dos Campos paralisaram 1h do trabalho de cada um dos três turnos em solidariedade à greve da GM. Uma importante demonstração de solidariedade de classe aos metalúrgicos que deve ser intensificada para derrotar as medidas ilegais da GM.

Na segunda-feira, o Ministério Público do Trabalho se manifestou favorável ao pedido de anulação das demissões realizadas pela General Motors, durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho em Campinas, nesta segunda-feira, dia 17. O pedido de anulação foi feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, mas a GM rejeitou a proposta do MPT. Diante da recusa da empresa, uma nova audiência foi marcada para a próxima sexta-feira, dia 21, às 15h.

O pedido de anulação dos cortes está fundamentado na jurisprudência que obriga a empresa a negociar com o sindicato da categoria antes de realizar demissões em massa. A GM demitiu 798 trabalhadores, por telegrama, sem qualquer negociação com o Sindicato. Os avisos começaram a ser recebidos no dia 8.

Nesta quarta-feira haverá uma audiência pública na ALESP para discutir o problema das demissões.

Marcelo Pablito, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), esteve presente para saudar a luta dos companheiros, "Esta greve da GM pode se tornar um exemplo de que é possível derrotar as demissões e os planos patronais, protegidos pelo governo Dilma. Os ataques que o governo federal vem aplicando, aumentando os preços da energia, da água, dos alimentos, atacando as aposentadorias e assinando o PPE através da burocracia sindical da CUT, estando deixando o PT num patamar histórico de impopularidade, que tenta ser aproveitada pela direita, que se manifestou no dia 16. Não podemos deixar que a direita se aproveite politicamente desta crise do petismo. É preciso batalhar por uma terceira força independente dos trabalhadores, que unifique as lutas ao redor do combate aos ataques patronais e aos ajustes do governo do PT e da direita. Se os trabalhadores da GM triunfam, os companheiros da Volks de Taubaté e das metalúrgicas se fortalecerão para barrar as demissões. Este plano deve ser a base para a construção de um polo de independência de classe das centrais sindicais antigovernistas, como a Conlutas e a Intersindical, que se dirijam às bases da CUT e CTB para que rompam com o governo e iniciem ações concretas contra os ajustes".

Antes de finalizar a assembleia, os trabalhadores votaram por unanimidade o apoio aos trabalhadores da Volks e dos metalúrgicos em luta. Esta disposição combativa deve ser transformada numa luta unificada para barrar as demissões e proteger os empregos.