Na mesma noite foi atacado um local de esquerda em Nüremberg por neonazistas. Em tempos de giro à direita, devemos denunciar e opor resistência frente a qualquer ação contra os imigrantes, as mulheres, LGBT, trabalhadores e a esquerda.

Apenas na noite da virada do ano, uma dezena de militantes e amigos da Organização Internacionalista Revolucionária (RIO, sigla em alemão) foram agredidos por grupos de homens integrantes da Resistência Juvenil (Jugendwiderstand, em alemão) em uma rua lateral próxima a estação de trens de Neukölln. Vários integrantes da RIO foram golpeados nos rostos e no estômago, o que provocou hemorragia em um dos companheiros. Lilly Freytag, militante da RIO, descreve a situação:

“Estávamos soltando fogos de artifício e trocando cumprimentos por um ano novo quando membros da Resistência Juvenil passaram ao nosso lado, nos reconheceram e imediatamente lançaram insultos sexistas como ‘vaginas trotskas’. Pouco depois voltaram cerca de dez deles, encapuzados e enquanto nos batiam exclamavam ‘este é nosso bairro, filhos da puta’. Imediatamente alguns vizinhos deste bairro operário se aproximaram, nos socorreram e perguntaram se se tratava de um ataque neonazista”.

Cada vez são mais frequentes os incêndios criminosos a locais de esquerda, ataques físicos a militantes e imigrantes ou as pichações racistas em Neukölln e Kreuzberg. A presença policial nos bairros cresce constantemente, assim como os despejos e os protestos.

Wladek Flakin, jornalista e também membro da RIO, opina que “eles se referem a ‘seu bairro’, ainda que fazem apenas alguns anos que se mudaram para aqui provenientes dos subúrbios da cidade. Em lugar de promover a defesa contra os ataques neonazistas e a repressão policial, a Resistência Juvenil é inimiga evidente de ativistas de esquerda. Há pouquíssima diferença dos ataques que tem feito dos que vêm sendo realizados pela extrema-direita na região”.

A Organização Internacionalista Revolucionária condena contundentemente este ataque e convoca todas as organizações sindicais e de esquerda, as associações de bairros e vizinhos, além de ativistas a se solidarizar com os ocorrido conosco e se distanciar da Resistência Juvenil. “Em tempos de crescente violência do Estado e da direita, os grupos, cuja política consiste em atacar fisicamente outras organizações de esquerda, não podem ser considerados como comunistas ou de esquerda”, afirmou Flakin.