O sindicato de portuários da África do Sul anunciou que seus membros se negarão a descarregar a carga do Zim Shinghai, um barco israelense, atracado no porto de Durban nessa quinta-feira em uma mostra de solidariedade com o povo palestino.
sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Aliados da África do Sul (Satawu: South African Transport & Allied Workers’ Union) anunciou que seus membros se negaram a descarregar a carga do israelense Zim Shinghai, que estava atracado no porto de Durban nessa quinta-feira, em uma mostra de solidariedade com as vítimas palestinas nos recentes ataques aéreos de Israel. O porto de Durban é o maior porto de toda a África subsaariana.
A subsecretária geral de Satawu, Anele Kiet, disse que seus membros confirmaram que rechaçariam os transportadores isralenses e que havia piquetes na hora do almoço em solidariedade à causa palestina.
“Recebemos uma solicitação da Coalizão SA BDS (Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções da África do Sul, organização da causa civil palestina) de que, como parte da nossa solidariedade com a Palestina, os membros de Satawu que trabalham no porto de Durban devem boicotar o envio. De fato, entramos em contato com nossos membros no porto de Durban, que nos confirmaram que não descarregariam o envio. Faremos piquetes todos os dias na hora do almoço e participaremos das manifestações”, disse Kiet.
A Coalizão SA BDS, ligada ao Comitê Palestino de BDS, disse que se unirão sindicatos e organizações da sociedade civil que simpatizam com o curso palestino nos protestos dessa manhã.
“Os membros da Coalizão Sul-africana BDS, seus filiados e outras organizações associadas e sindicatos se reunirão na Explanada de Durban e no porto de Durban na sexta-feira, 21 de maio, para protestar pelo atraque de um barco israelense e em celebração da decisão dos membros de Satawu de boicotar o descarregamento do barco”, disse a coalizão em um comunicado.
“A decisão de Satawu e a Coalizão BDS segue um chamado da Federação de Sindicatos da Palestina (PGFTU) aos trabalhadores e sindicatos para que se neguem a descarregar barcos e mercadorias israelenses do mar e dos aeroportos”, afirmou.
HAPPENING NOW: Workers at the Durban harbour in South Africa have refused to offload an Israeli cargo ship and now protesting in support of #Palestine. #DockWorkersWithPalestine #FreePalestine pic.twitter.com/pkuQ1ACU0I
— Afro-Palestine Forum (Afropal) (@AfroPal_Forum) May 21, 2021
“O chamado da PGFTU é uma das muitas ações de boicote, desinvestimento e sanções solicitados pelos palestinos, uma consequência do bárbaro ataque israelense em Gaza, dos assassinatos de palestinos na Cisjordânia, os pogroms em Haifa Lyddia, Haifa, Jaffa e outros povoados e cidades e da limpeza étnica na Jerusalém ocupada”, disse a organização.
Disseram que mais de 230 pessoas morreram, a maioria delas civis, incluindo cerca de 70 crianças, assim como a destruição total da infraestrutura em Gaza e um cerco medieval de 14 anos ao território.
A coalizão disse que o Zim Shanghai, propriedade da empresa estatal israelense Zim Lines, ingressou no porto de Durban na quarta-feira pela noite.
“A ação contra o barco é parte de um conjunto global de ações contra Zim Lines. Os protestos também apontam para Transnet, exigindo que a paraestatal não permita que os bens que saem ou parte de Israel passem pelos portos sul-africanos”, disse a coalizão.
Nessa quarta, em uma fábrica de drones israelenses em Leicester, membros da Ação Palestina (Palestine Action) bloquearam as portas e ocuparam as instalações da UAV Tactical Systems, subsidiária da Elbit Systems, de propriedade israelense.
A instalação constrói veículos aéreos não triupulados que, segundo os manifestantes, foram utilizados no conflito entre Israel e o Hamas em Gaza. Já foram realizadas várias manifestações de apoio do lado de fora da fábrica.
Una fábrica de drones en Leicester (Inglaterra) de propiedad israelí lleva dos días bloqueada por una protesta en solidaridad con Palestina. Un grupo de gente está subida al techo de la fábrica, los bomberos se han negado a ayudar a la policía al desalojo.https://t.co/P86z2MpkTj pic.twitter.com/QtoomvpQ47
— Helios E.M. (@Helios_EM) May 20, 2021
Esses exemplos de solidariedade dos trabalhadores, como o dos portuários italianos, junto às manifestações mundiais, vem aportando à enorme pressão sobre Israel para freiar os ataques criminosos que já deixaram mais de 200 mortos e milhares de desabrigados.
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