Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente de Bolsonaro, disse ontem (2), que pedidos de volta da ditadura militar durante manifestações pró-Bolsonaro no domingo, é "liberdade de expressão". É de causar ódio a defesa de um período sangrento da nossa história, que era marcado justamente pela falta de liberdade de expressão, pela tortura e pela brutal repressão contra jovens, trabalhadores e setores oprimidos.
terça-feira 3 de maio de 2022 | Edição do dia
Imagem: Evaristo Sá/AFP
"Isso é liberdade de expressão. Tem gente que quer isso, mas a imensa maioria do povo não quer. Normal", afirmou o vice-presidente a jornalistas.
A ditadura militar foi imposta por meio de um golpe militar, apoiada pela burguesia, o imperialismo e setores reacionários da sociedade, instaurando um regime autoritário que perseguiu e matou milhares de pessoas, se utilizando por exemplo de métodos de tortura, censura e repressão, perseguindo brutalmente a juventude, movimentos de esquerda e a classe trabalhadora, que durante o regime sofreu com a precarização do trabalho e a proibição de sua organização política e sindical.
Além disso, o regime militar foi marcado pelo aumento da pobreza, do endividamento, pela corrupção e pela piora dos serviços públicos. Muitos dos assassinados pela ditadura até hoje não tiveram seus corpos encontrados, e muitos dos torturadores seguem livres, mostrando como a justiça burguesa mantém a impunidade para seus carrascos.
O ato a favor de Bolsonaro em Brasília ocorreu na Esplanada dos Ministérios, mas teve um público reduzido.
No Rio de Janeiro também houve protestos a favor de Bolsonaro, que contaram com a participação do reacionário deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ).
Mourão e Bolsonaro vieram dos porões da ditadura, e diversas vezes já elogiaram essa verdadeira mancha de sangue na história brasileira que foi a ditadura. É irônico que defendam a ditadura e digam que isso é "liberdade de expressão", sendo que justamente o que a ditadura impunha era a falta da liberdade de expressão. Ou seja, Mourão defende que ele e todos os bolsonaristas sejam livres para defender a imposição da falta de liberdade para os seus opositores, em especial a classe trabalhadora, a juventude e todos os setores oprimidos que essa corja reacionária odeia.