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Racismo em Portugal: pichações expõem preconceito vivido por brasileiros e africanos

Muros da Universidade Católica e da escola secundária de Lisboa amanheceram, nessa sexta (30), com pichações racistas e xenofóbicas contra brasileiros e africanos.

sexta-feira 30 de outubro de 2020 | Edição do dia

Foto: reprodução/Twitter

Frases como “Portugal é branco... Pretos voltem para África”, e “Zucas, voltem as favelas”, feitas na madrugada de hoje, expõem um cotidiano de brasileiros e africanos no país europeu. Os brasileiros formam a maior comunidade estrangeira em território lusitano, com aproximadamente 150 mil residentes de acordo com o Serviço de Estrangeiros e fronteiras (SEF) de Portugal.

Nessa mesma semana um perfil de Instagram, fazendo referência a Universidade do Porto, publicou ofensas a estudantes brasileiras, “só servem para transar” dizia o post de conteúdo machista e xenófobo.

De acordo com relatos da estudante de fotografia Laís Souza, publicada no jornal O Tempo, “As mulheres negras, sejam brasileiras ou africanas, sofrem mais. Eu, (como mulher branca), ‘passo’ como portuguesa se não me ouvirem falar. É algo que me falaram várias vezes, como se fosse um elogio. Mulheres negras são literalmente odiadas. São vistas como se viessem a Portugal para ‘roubar os maridos’”.

A estudante relatou ao mesmo jornal que, em 2019 quando trabalhava num call center em Portugal, foi humilhada por uma portuguesa ao ser identificada como brasileira por seu sotaque.
Residentes ainda relatam situações de xenofobia e racismo no cotidiano de Portugal, onde seja pela pele negra ou pelo sotaque característico são discriminados nos comércios, nas ruas inclusive por professores, como relatou para a revista Veja a brasileira Ana Luisa Tinoco “...um queridíssimo professor falou para eu tomar cuidado para não passar nenhuma doença tropical para a sala”.

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Xenofobia e racismo tem sido uma reação ideológica que vem se fortalecendo em países centrais europeus como resposta à crise econômica capitalista que desde 2008 vem impactando o globo. Expressões contraditórias de uma crise orgânica que se alastra pelo mundo gerando fenômenos cada vez mais polarizados, são uma resposta reacionária a uma crise gerada pelo imperialismo que, na sede de salvaguardar suas margens de lucro descarregam os custos da crise que eles mesmos geraram nas costas da classe trabalhadora de países dependentes e semicoloniais. Não é coincidência que sejam todos ex colônias de onde esses imperialismos de hoje roubaram suas riquezas.

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