Quebra de sigilo bancário de Queiroz revelou mais de 21 cheques depositados por Fabrício Queiroz na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro, totalizando um valor de R$ 72 mil, acima do valor que Bolsonaro afirmou ter emprestado ao miliciano.
sexta-feira 7 de agosto de 2020 | Edição do dia
Extratos bancários do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz anexados à investigação sobre suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Boslonaro enquanto deputado estadual no Rio revelam que o ex-PM depositou 21 cheques em nome da primeira-dama Michelle Bolsonaro. As movimentações datam de outubro de 2011 a dezembro de 2016, em valores de R$ 3 mil e R$ 4 mil que somados chegam a R$ 72 mil.
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O detalhamento dos depósitos de Queiroz em nome de Michelle foi revelado pela Revista Crusoé nesta sexta, 7, e confirmado pelo Estadão.
Em 2018, quando o caso Queiroz veio à tona, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) anexado aos autos da Operação Furna da Onça já havia citado um cheque de R$ 24 mil depositado pelo PM em favor da mulher do presidente Jair Bolsonaro.
Logo em seguida, o presidente apresentou sua versão dizendo que o valor seria referente a parcela do pagamento de um débito antigo de Queiroz com ele. Além disso, apontou que o montante depositado em favor de Michelle seria ainda maior: R$ 40 mil.
Os extratos bancários de Queiroz são um novo capítulo da história e apontam que os depósitos do ex-assessor para Michelle chegam a R$ 72 mil e foram realizados da seguinte maneira:
Segundo a reportagem da Crusoé, nos extratos bancários de Queiroz não há depósitos feitos por Bolsonaro na conta do ex-PM. A publicação diz ainda que entre 2007 e 2018 foram registrados créditos de R$ 6,2 milhões na conta do ex-assessor - R$ 1,6 milhão identificado como salários, R$ 2 milhões atrelados a depósitos do gabinete de Flávio na Alerj e R$ 900 mil em espécie sem identificação.
Após ter sido preso na casa do advogado da família Bolsonaro, Queiroz encontra-se atualmente em prisão domiciliar, gentilmente concedida pelo presidente do STJ, João Octávio Noronha, que pleiteia uma vaga no STF e já foi elogiado por Bolsonaro.
A medida que se aperta o cerco em torno do caso Queiroz as mentiras da família Bolsonaro vão despontando. Entretanto, todo o caso corre ao sabor da crise política, depois de um período de ofensiva, vemos como em meio a trégua o judiciário seleciona os fatos para seguir sangrando o clã reacionário sem contudo escalar novamente a crise. Por isso, não podemos confiar nessa seletividade do judiciário para investigar e condenar a corrupção e as ligações com as milícias da família Bolsonaro.
Com informações Agência Estado