Letícia Parks, militante do MRT e do Quilombo Vermelho declara seu repúdio a perseguição da Polícia Federal de Bolsonaro à Sonia Guajajara, ativista e militante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
sexta-feira 30 de abril de 2021 | Edição do dia
Em mais um caso de perseguição do governo Bolsonaro, a Polícia Federal intimou a líder indigena Sonia Guajajara, militante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a pedido da Fundação Nacional do índio (Funai), que acusa de difamar o governo Bolsonaro com a websérie lançada Maracá, que denuncia as violações de direitos sofrida pelos povos indígenas durante a pandemia.
Esse fato é mais um episódio da escalada autoritária de Bolsonaro em perseguir seus opositores, principalmente a esquerda e movimentos sociais. Na maioria dos casos vem sendo utilizada a Lei de Segurança Nacional, herança da Ditadura Militar tanto admirada e homenageada por Bolsonaro e Mourão. Na última semana, o ex candidato a prefeito de São Paulo pelo o PSOL e dirigente do MTST, Guilherme Boulos (que em 2018 fez chapa com Guajajara nas eleições para presidência) também foi intimado a depor devido a um comentário no Twitter. Na data de ontem (29) veio a tona a notícia de que o militante do PT, Rodrigo Pilha, que também havia sido preso em março junto com mais três ativistas por terem estendido uma faixa escrita “Bolsonaro genocida” foi espancado e torturado na prisão.
A intimação da Sonia Guajajara é extremamente escandalosa, pois se trata de denúncias que a militante junto com sua organização está fazendo frente a inúmeros ataques e descaso desse governo golpista e racista com os povos originários. Bolsonaro, Mourão e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vêm garantido a diminuição das fiscalização ambiental para passar a boiada e permitir que as florestas e os territórios dos indígenas sigam sendo destruídos pelas sede de lucros dos capitalistas.
Não podemos aceitar que o avanço dessas perseguições e tentativas de calar os opositores de Bolsonaro continue. É preciso com urgência revogar a Lei de Segurança Nacional e todos os resquícios da Ditadura Militar. Também é preciso a anulação de todos os inquéritos abertos com base nessa lei autoritária. Por isso as centrais sindicais, como a CUT e a CTB. precisam desde já começar a mobilizar os trabalhadores junto com os movimentos sociais para lutar contra o avanço das perseguições e da LSN que tanto Bolsonaro, Mourão e todo o regime do golpe se utiliza neste momento de crise sanitária.