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[DOSSIÊ] 10 anos das Jornadas de Junho de 2013

Redação

[DOSSIÊ] 10 anos das Jornadas de Junho de 2013

Redação

Junho de 2013 mudou a situação política no Brasil com manifestações massivas nas ruas de diversas capitais do país. Milhares de pessoas saíram às ruas em defesa de transporte de qualidade, saúde, educação e contra a repressão policial. Agora, há 10 anos das Jornadas de Junho, reunimos artigos elaborados para o semanário Ideias de Esquerda ao longo dos últimos anos e que buscam debater com as mais diversas posições a respeito daqueles protestos.

Esse artigo faz parte de uma sequência que irá tratar os distintos momentos e aspectos de Junho de 2013. Nessa primeira parte, trataremos dos antecedentes de Junho e de alguns aspectos internacionais que influenciaram no Brasil de 2013. Nos próximos, abordaremos as próprias jornadas e os anos posteriores, até culminar nos dias atuais: A esfinge atordoante de Junho [parte I]

As jornadas abriram uma fissura no regime de dominação burguês inserindo o país dentro da etapa internacional de crise orgânica. Nunca nessas últimas décadas, esteve tão colocada para essa geração, a possibilidade de construir a hegemonia operária para a superação do capitalismo. 10 anos depois, incapaz de ter cumprido essa tarefa, Junho de 2013 segue sendo um tabu para a esquerda brasileira. Resignada a defensiva, diante das teses petistas para justificar a ordem capitalista. Sobraram angústias e lamentações. Faltaram lições, programa e estratégia revolucionária: Transportes, hegemonia e o trauma da esquerda com Junho de 2013

Em nome de resgatar o real sentido que tiveram essas manifestações, Diana conversa com Plínio de Arruda Sampaio Jr, professor aposentado do Instituto de Economia da Unicamp e Editor do site Contrapoder, para debater o significado destas manifestações à luz da atual situação política do Brasil e da esquerda: Plínio Sampaio Jr.: "Faltou nas Jornadas de Junho uma esquerda contra ordem sendo alternativa"

Semana de Ciências Sociais da USP: "10 anos de Junho de 2013". Nós do MRT e do Esquerda Diário compusemos mesas e contribuímos com nossa visão acerca desse momento da luta de classes no Brasil, sua relação com a luta de classes internacional e a crise capitalista, combatendo teses petistas de junho como "ovo da serpente" da extrema direita e mostrando o papel que o PT como governo e na direção do movimento de massas cumpriu para o fortalecimento da direita no país: Junho de 2013: debates na Semana de Ciências Sociais da USP

É necessário um balanço correto sobre Junho de 2013, enquanto fenômeno da luta de classes em seu determinado contexto, para compreendermos o Chile de hoje, a relação inversa também é válida: Chile e Junho de 2013: separados pelo tempo, unidos pela história

Houve um momento da história recente do país em que a utopia ganhou as ruas das cidades e moveu placas tectônicas de um Brasil aparentemente sereno. Uma utopia em seu melhor sentido, de um tipo em que sonhamos acordados com um futuro diferente e o sentimos ao alcance de nossas mãos, tudo misturado com altas doses de raiva e indignação absolutamente legítimas. Parece estranho falar em utopia em meio ao pesadelo que vivemos sob Bolsonaro hoje, mas para muitos essa foi a sensação, em especial para uma juventude que cresceu sob o signo do consumo, e não dos direitos: Carta de um jovem de junho de 2013 a um jovem de junho de 2021

Hoje se tornou um senso comum nos setores petistas e progressistas em geral lembrar de junho como um movimento capturado pela direita, quando não diretamente criado como parte de uma conspiração já visando o golpe de 2016. É sinal dos tempos reacionários que vivemos, que o petismo possa levantar a grave ameaça contra quem pretende um movimento que fuja ao seu controle “cuidado para não acabar como junho”. As futuras mobilizações ainda vão se encarregar de reestabelecer o lugar das jornadas de junho como uma legitima revolta popular e aprender das suas lições: O fantasma das jornadas de junho de 2013 ainda atormenta o PT

Um processo da luta de classes que mudou o país, abriu uma nova etapa e 8 anos depois ainda é motivo de debate e polêmica na esquerda, sobre a sua caracterização, seus desdobramentos e significados. Refletir o balanço e perspectivas desse momento histórico, na atual situação reacionária no Brasil da pandemia e de Bolsonaro, é uma condição determinante para retirar lições dos avanços e limites dessa revolta popular. Em particular, o papel do PT e da burocracia sindical em não permitir que a classe operária pudesse ser protagonista, e assim, hegemonizar os milhares de gritos que atravessaram as ruas de todas as principais capitais e cidades do Brasil: Junho de 2013: “É tanta coisa que não cabe no cartaz”


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