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#CEBPública
Nenhum direito a menos: trabalhadores da CEB voltam à greve
Rosa Linh
Estudante de Ciências Sociais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO

Após a privatização da CEB a partir de um leilão que atropelou uma decisão judicial que o proibia, os trabalhadores ainda podem perder o emprego e ter direitos reduzidos. A greve havia sido suspensa após uma tumultuada assembleia na última sexta, com a direção do sindicato apostando em apaziguar os ânimos da justiça e dos donos da empresa. Nós do Esquerda Diário damos todo apoio à greve da CEB, pois apenas a mobilização e a luta da categoria pode barrar esses ataques.

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Sexta, dia 4, a CEB foi leiloada para a multinacional espanhola Neoenergia, por cerca de 2 bilhões de reais. Num cenário de crise pandêmica, o governo Ibaneis, intimamente ligado com os interesses privatistas de Bolsonaro, Guedes e todo o regime do golpe institucional, a investida contra o emprego e a renda dos trabalhadores é um verdadeiro crime.

Leia mais: 5 motivos para apoiar a greve da CEB

A empresa está ameaçando o acordo coletivo da categoria, sobretudo no que trata sobre assegurar o emprego dos trabalhadores. Para Edison Garcia e os capitalistas que compraram a empresa, o acordo coletivo não vale nada e não há espaço para a aceitação da cláusula 47 - sobre a estabilidade da categoria - e seu parágrafo único que garante uma comissão paritária de empregados para avaliar se as metas de produtividade foram cumpridas.

Veja também: Ibaneis e Edison Garcia: privatistas representantes do regime do golpe institucional

Nesse sentido é que os trabalhadores da CEB, por unanimidade, votaram pela volta da greve a partir de hoje.

Há disposição para a luta, isso não resta dúvidas. Contudo, a direção do STIU/DF, para além de sua demora para declarar greve (os trabalhadores entraram em greve na semana do leilão) e sua confiança extremada no judiciário, em uma assembleia conturbada, aprovou o adiamento da greve enquanto a empresa avaliava os termos da negociação. Mas de nada adiantou, pois Edison Garcia ainda quer que o acordo coletivo seja completamente rasgado. Isso demonstra que é preciso uma estratégia na qual se deposite confiança somente na mobilização e nos métodos históricos de luta da classe trabalhadora, com greve e piquetes. Apenas com os eletricitários parados é que os trabalhadores da CEB têm poder para amedrontar os capitalistas - e até mesmo Ibaneis e seus comparsas. Paralisar a greve como ocorreu sexta, a pretexto de obedecer e apaziguar os ânimos do judiciário e dos capitalistas, de nada adiantou - pois nenhum dos dois está ao lado dos trabalhadores.

Não podemos confiar no judiciário que articulou o golpe institucional para aprofundar os ataques à classe trabalhadora (e que o próprio PT já vinha fazendo), que cortou mais da metade do acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios neste mesmo ano, que pelo Tribunal de Contas da União atropelou a Lei Orgânica e disse que não precisava passar na CLDF o aval para o leilão. E mesmo com uma decisão favorável, como foi a da desembargadora do TJDFT na sexta, os capitalistas simplesmente a ignoram - pois a justiça não vale para eles, estão todos juntos no mesmo regime golpista. Esse é o mesmo judiciário que, hoje, mantém sem respostas, há 1000 dias, quem mandou matar Marielle Franco.

É possível assegurar o acordo coletivo agora com essa greve. Mas sabemos também que nenhum processo de privatização garante direitos aos trabalhadores e no estado atual de degeneração do judiciário, é preciso batalhar também por uma CEB pública. E não há caminho de conciliação possível com a empresa ou impugnação judicial que barre os interesses nojentos dos capitalistas, apoiados em Ibaneis e no regime do golpe de Bolsonaro e Guedes.

É fundamental a unificação das fileiras da categoria: é preciso que o administrativo esteja lado a lado com o operacional, bem como os terceirizados - esse último que é papel da CUT construir, visto que é ela quem dirige o Sindserviços e também o STIU. O administrativo não terá emprego garantido como diz Edison Garcia, pois a privatização serve justamente para precarizar o trabalho, retirar direitos e demitir - tudo para aumentar o lucro de meia-dúzia de burgueses!

Apenas a mobilização, a greve operária, é que pode dar condições aos trabalhadores da CEB de lutar por seus direitos.

#CEBPublica
Todo o apoio à greve da CEB!

 
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